quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dicotomias naturais

É sobre a Canabis ser considerada droga, e o Café não.
Bem vamos rapidamente aos fatos :

Historia :
O canhamo é um dos mais antigos meios de se produzir papel, tecido, alimentar os animais e etc que se tem noticia. Data-se o uso da canabis como forma de consumo humano, para alterar o estado da mente, de meados do terceiro milenio antes de cristo, ou seja, 5000 anos já.

O café começou a ser utilizado, apenas no seculo IX, na Etiopia, no nordeste da africa e logo se espalhou. O mundo arabe em torno se tornou o maior consumidor e produtor de café durante seculos e até hoje é muito apreciado.

Efeitos:
A canabis, altera o estado psiquico da pessoa graças ao THC, deixando- a mais calma, com menos reflexos, mais pensativa, aumenta o apetite, aumento da freqüência cardíaca, diminuição da pressão do sangue, diminuição da coordenação psicomotora, e perda de memória recente, riso e distração.

O café com sua famosa cafeina, tambem altera o estado psiquico da pessoa, deixando-a mais ativa, acordada, reduz o sono, aumenta a produtividade, a concentração, reduz o cansasso fisico, melhorando o corpo nas atividades fisicas de curta e longa duração.

Males:
A canabis em um longo e continuo uso, pode levar se fumada ao cancer de pulmao (que cientificamente ainda não é comprovado) a perda de memoria, dificuldade de compreensao, falta de interesse, etc.

O café causa enfraquecimento do organismo através da perda de sódio, potássio, cálcio, zinco, magnésio, vitaminas A e C, bem como do complexo B. Reduz a taxa de oxigenação dos neurônios. Provoca uma maior secreção de ácido clorídrico, causando irritações nas mucosas intestinais que causam colites e ulcerações, principalmente para quem sofre de gastrite. Sua ação é acidificante do sangue, propiciando o surgimento de leucorreias, cistites, colibaciloses e variados acessos fúngicos.

Bem, se temos efeitos positivos e negativos quanto ao uso dessas substancias naturais, porque uma é proibida e outra é amplamente aceita? Ora, simples. Porque o mundo necessita do seu trabalho, e o café te deixa ligadão, ou vc acha que o café é a droga do funcionalismo publico porque? porque ninguem em sã consciencia almoça e logo depois trabalha. O organismo necessita de descanso, e o café consegue impedir isso. Isso a longo prazo destroi os neuronios que necessitaria de oxigenação durante um cochilo, mas que são impedidos disso. Vivemos no mundo do trabalho forçado, ou vc trabalha ou morre de fome, se vc fumar maconha vc nao produz como alguem que só toma café. Simples.
 
Se vc for entender a proibição no inicio do sec xx pelos EUA, vc vai entender que primeiro o preconceito contra os Mexicanos, ditos preguiçosos. Mas os chicanos não eram preguiçosos por causa da maconha, simplesmente porque a religião deles, não impunha o trabalho como salvação, como nos eua que são em sua maioria protestantes. A industria textil americana florecia com novas tecnologias e necessitava que o canhamo, amplamente utilizado por milhares de anos para produzir tecido, corda, papel e derivados, fosse tirado do mercado.

E porque o café não? Ora porque o café simplesmente era algo que gerava tanto dinheiro na decada de 30, que se o proibisse o mundo que mal saia da crise de 29, quebraria de novo. O café foi uma das soluções, ou vc não lembra das aulas de historia quando vc aprendia que aqui no brasil o povo passava fome e os fazendeiros queimavam café para aumentar o precos e assim sair do fundo do poço? A questão em sí eh muito simples.

Porque a Coca e o Canhamo ainda não estão legalizados? Ora porque existe uma industria que gera mais 300 bilhoes de dolares, que favorece não aquele que quer consumir , mas o magnata que está no congresso americano, o mafioso italiano, e os Abadias latinos...

É tudo muito simples. Por isso a guerra contra as drogas é absurda. Tente hoje em dia proibir o café, e use os mesmo argumentos que se usa para proibir a canabis. O que resultaria disso?

Pense a respeito...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

É muito simples...

To a dias num inquetamento mental que tem me irritado. Mal consigo dormir, fico sem parar de pensar em muitas coisas, e minha ultima teoria de como funciona o mundo é simples e dá na verdade até tristeza.

Na verdade, o que vivemos é um mundo de 400 anos atrás. Ainda nos consideramos fora da natureza. Esse pensamento vindo da revolução cientifica do sec XV, XVI , do iluminismo, gerou o monstro que é nossa civilização. Mas graças a esse tipo de pensamento, toda a desgraça coletiva dos miseráveis, se torna natural. É simples pensar que nesse tipo de ideologia, a natureza sirva apenas como um mero fornercedor de matéria prima, e ai como não fazemos parte dela, devemos aproveitar ao maximo todos os recursos que ela nos dá, para sermos os mais bem desenvolvidos animais desse planeta. Mas perai, não...não somos animais, animais estão no zoologico, e pagamos caro para ve-los. Estamos tão fora da natureza, que quando escravizamos os negros africanos, a desculpa não era religiosa nem nada, eles apenas eram tão pertencentes da natureza que os europeus os viam como recurso, igual o ouro que os proprios negros garimpavam. É triste ver que esse tipo de pensamento que nos coloca como alienigenas no nosso planeta, faz com que tudo seja destruido, numa competição sem logica, para ver quem TEM mais. Essa idéia de quem TEM mais,tão ridicula a outros povos, é o nosso guia espiritual. Somos levados a acreditar que para ir a natureza, temos de pagar para tal. Não nos sentimos mais parte do mundo natural, e isso é o maior problema.

Nessas ondas ai de 2012 e mudanças na humanidade, o que me consola, é que as gerações nascidas já no sec.XXI, irão ter como algo ensinado nas escolas a idéia da preservação do meio ambiente, e quem sabe, seus filhos, já tenham a idéia de que eles tambem fazem parte da natureza. Isso é uma ilusão ainda, mas em 50 anos, é o que espero que aconteça, se não, não vai existir mais natureza... Ou mudamos e aceitamos o fato de sermos parte do mundo, ou continuaremos a ser estranhos na nossa propria casa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Confissões planetarias

Existe no mundo uma idéia de que tudo tem que ser pré-moldado as bases tradicionais. É claro que como um ser humano, animal altamente sociavel, preciso de estar junto de pessoas para exercer toda minha serhumanidade. As vezes por isso, me sinto muito sufocado, precisando de ar para respirar e um ar longe do caos metropolitano. Preciso encachoearme num embrenhamento distante. Assistir o por do sol, e correr pra fazer a fogueira antes do anoitecer. quero desvinciliar-me de todo o mal que me aflinge nesses momentos de eterna fragilidade. Quero entender na verdade , o que pega. Quero rir, fugir, sentir, mentir, sorrir, dizer, ver, agradecer, sofrer, conquistar, ganhar, lutar, sobreviver, viver! Nesses dias de tanta contradição mental e sentimental, perdi-me em devaneios tolos sobre falsas ideologias. Quero mesmo é rir e saber que todo dia é um novo dia. E hj, equinocio de primavera, quando o sol a 0 graus equatoriais , incidi sua força maxima, para nos aquecer. Estrela forte e magnifica, temos sorte de vivermos tão perto dela, e de nosso planeta ter se desenvolvido de modo que a vida fosse um dom privilegiado deste planeta neste sistema estelar. E por isso eu quero ir pro mato, viver no universo inteiro, e não apenas no meu quarto.

To livre para pensar, porque vou ser sempre livre para sonhar...

domingo, 19 de setembro de 2010

serraadentro

Bom mesmo é serra,
Bom mesmo é mato,
Subir e descer piramba
Pra ve se chega de fato
A cachoeira mais bonita
Escondida nesse Espinhaço...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

diz ai Burton...

É bom ler algo de alguem que você valoriza pelo seus feitos, e sentir exatamente o que ele fala...é uma alegria, porque eu também já fiz e senti isso...


‘...Minha velha atração pelo prazer da vida no mato – da solidão – era tão forte aqui como na Terra de Bubé. Suspirei misantropicamente, vendo-me, outra vez, fora do alcance de minha espécie, e, por assim dizer, vendo-me, de novo, diante da Natureza, face a face. Esse alimento da alma, como a chamam os árabes, ou a dieta do espírito, como prefere Vauvernagens – tem sido objeto de belas frases, desde os dias de Cipião até os de J.G. Zimmermann; é, na verdade, o antídoto de nossa “ entourage”, do danoso efeito de nossa época e de nossa raça; é como a ausência, que, como diz o provérbio, extingue as pequenas “paixões” e inflama as grandes; para aqueles que pensam com os outros, tira todo o poder do pensamente, mas muita coisa oferece aquele que pensa por si mesmo. “ Homo solus aut deus aut daemon” é quase uma meia verdade. “ Vae solis!” é , evidentemente, profissional e “Solidão, onde estão teus encantos?” é um estudo poético...”

Richard Burton, pág 67 – Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico.

Por que o Cemitério do Peixe:

Para realizar o trabalho de conclusão de curso de Geografia, tive de aventurar-me em uma viagem até o Cemitério do Peixe, local que escolhi para realizar minha pesquisa, uma vez que ele é um lugar onde poderei exercer toda a minha idéia de geografia. Essa geografia traz consigo a capacidade de não só descrever visualmente a paisagem, mas de onhece -la em toda sua natureza. Quando alguém utiliza da geografia e lhe conta um caso e descreve o ambiente, ele traz além da descrição do lugar, o que ele transmite para a pessoa. Dor, alegria, tristeza, cansaço e paz são possíveis de serem imaginados, e combinando com a descrição da cidade, da cachoeira, da estrada, da montanha, faz com que esses espaços que seriam apenas mais um no amontoado de lugares conhecidos, se torne um lugar guardado em sua memória, por possuir um sentimento qualquer que te liga a ele. Um exemplo disso é o próprio fato deu ter atribuído importância e significado ao Cemitério do Peixe antes mesmo de onhece-lo. Eu sabia que seria um lugar muito diferente, pois fiquei sabendo dele em uma conversa onde essa geografia aflorou muito. Se eu tivesse lido sobre esse lugar em um artigo qualquer de geografia, eu provavelmente não me ligaria tanto a ele. Eu não criaria o sentimento que me foi passado, pois a descrição pura e simples, baseada em uma única forma de entendimento, o tornaria apenas mais um.
Se ao invés de ter ouvido uma historia e viajado em sua geografia, eu tivesse lido algo como: “ O Cemitério do Peixe, uma vila cemitério no meio das serras do espinhaço, que sobrevive graças a uma festa religiosa que acontece em agosto, é um lugar vazio, onde apenas uma pessoa vive. Essa moradora trabalha em uma fazenda ao lado, e seus dois filhos também trabalham na região em fazendas vizinhas. A festa que ocorre na região leva a vila mais de cinco mil pessoas. Essas pessoas vindas de diversos lugares da região e até mesmo de outras partes do Brasil, transformam o lugar em uma pequena cidade, onde o comercio ocorre intensamente, transferindo capitais de uma cidade para a outra, em uma espécie de feira livre. “

Bem, essa descrição é correta, e define bem o que acontece no lugar, mas ela não transmite nenhuma emoção em que seria possível definir melhor o que realmente é o lugar. A história que eu fiquei sabendo do Cemitério do Peixe foi muito mais descritiva para mim, em termos de geografia. “Ouvi dizer de um lugar remoto, embrenhado nas montanhas, onde apenas as almas habitam as casinhas vazias. Para se ir lá, tem de se pedir licença as almas, e assim você pode escolher uma das casas vazias para ficar. Nesse lugar perdido, apenas uma moradora convive com as almas. Existe uma festa que ocorre todo ano, na segunda semana de agosto, em homenagem as almas. Pessoas vindas de todas as regiões chegam fazendo e pagando promessas e trazem consigo uma fé tão forte, que transforma o lugar. Mais de cinco mil pessoas se amontoam em busca de um espaço no lugar sagrado. Dizem que nas noites vazias ao longo do ano, só os grilos e o som do rio ao fundo quebram o eterno silêncio. O vento corta o lugar, levando consigo os pedidos e as promessas feitas na festa de agosto. Lugar mágico, por ser sagrado. Lugar raro.”

Essa descrição, um pouco diferente, não é a reprodução total da realidade, mas para mim ela transmite mais o que é o lugar realmente, e qual a sua importância. Um lugar lendário, que vive no imaginário do povo, um espaço sagrado onde o homem transcende e encontra com seu “EU”. Na cultura popular de diversos povos, os lugares sagrados existem de diversas maneiras diferentes. Para entender esses espaços, a descrição pura e simples não resolve, porque por ser sagrado, o lugar envolve sentimentos que não são explicados pela razão. Experienciar esses sentimentos é um dos objetivos que buscarei através dessa viagem.

Nessa idéia de geografia, embarquei para o Cemitério do Peixe, cheio de duvidas a serem respondidas, e com uma imensa vontade de realizar no lugar, uma geografia que me permitisse entender o que ele é de verdade, e eliminar os inúmeros mitos que o cercam, vivenciar o lugar assim como Richard Burton que respondeu indagado sobre o motivo de sua ida a peregrinação em Meca em 1852, “eu vou porque preciso ver com os meus olhos, aquilo que os outros se contentam apenas em ouvir” .

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O bugre e o pomerano...

Desde remotos tempos nestas terras, o europeu apareceu se dizendo dono delas, expulsando a força os seus habitantes tradicionais. Vindo de lugares tão distantes, de um outro mundo praticamente, os claros habitantes do norte, sofreram nas selvas mais fechadas da serra do mar do Brasil. Vivendo anos apenas com o árduo trabalho dia a após dia conseguiram transformar o espaço de modo a deixá-lo mais parecido com sua saudosa terra natal. Os pomeranos, vindo da Pomerania, tiveram de lutar contra os índios, expulsa-los da terra, para viverem em paz em seu trabalho constante. Trabalhando ininterruptamente, conseguiram através dos anos tornar seu novo mundo em uma das cidades mais avançadas em termos econômicos do país. Todos praticamente falam duas línguas, o alemão tradicional de sua terra, e o português, falado naquelas matas. Os índios, que foram expulsos outrora, agora retornam ao seu lugar de origem, mas não mais como donos da terra, mas sim como escravos do capital obrigados a trabalharem para os mesmos homens que os expulsaram. Fazendo os serviços ditos menos importantes, eles se vêm à margem dos alemães dominantes, que passam todo o tempo nas fábricas, trabalhando sem parar, em prol de algo que eles não conseguem nem utilizar, que é o próprio tempo livre. Sem tempo para consumir o que produzem, dormem cedo para terem forças para o trabalho do novo dia, e assim num ciclo de eterno trabalho e raro gozo, vivem na ilusão de terem uma boa qualidade de vida. Possuem sim, uma excelente renda, educação e serviços públicos bons, mas mal podem gozar de sua fortuna. O bugre, trabalhador serviçal, construindo casas, limpando quintais, fazendo comida, se vê no meio de uma crise existencial tamanha, que mal se vêem como índios que foram, muito menos como os brasileiros alemães de Pomerode. São apenas mão de obra barata, no país do futuro. São os brasileiros natos, que fazem da cidade mais alemã do Brasil, uma das mais elevadas nos índices e rankings que simulam a qualidade de vida. Mas são esses bugres, os únicos que sabem aproveitar isso. São os que na noite vão aos bares, junto dos mais simples pomeranos, que buscam refrescar no gole noturno, o sufoco do árduo trabalho do dia. A histórica e característica forma de dominação do indígena, aparece não com o português, mas como alemão trabalhador que menospreza a preguiça, e se vê forçado a todo tempo, para alcançar um lugar nos céus, a trabalhar até suas forças se esgotarem. Mas pobre deles, que não perceberam, que eles já estão na terra prometida, já estão no paraíso, onde desde remotos tempos, os índios saboreavam o luxo do não trabalho. Mas os tempos são outros, e mal daquele que não trabalha para que Pomerode se torne o melhor lugar da terra. O Brasil europeu se mostra mais brasileiro do que nunca, tendo consigo a eterna dialética do progresso e do paraíso, do trabalho e da preguiça, do europeu e do índio. Visto que nestas parte da terras brasilis o trabalho é árduo, o progresso é quase certo, mas a felicidade, essa aí se esvai lentamente.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sabe porque?

Sabe porque eu gosto de Minas Gerais?

Não por causa da casinha no canto da serra, da vista das montanhas, do sabor inigualavel de sua culinaria, da hospitalidade do povo , nem da soberba paz dos sertões...

É porque Minas são muitas, Minas são Gerais!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sertão...

Indo ao mais sertão dos sertões de minas. No meio do nada, na divisa com a Bahia, a cidade de meu pai, Espinosa, é a Minas nordestina. Sertão do nordeste que invade minas, semi-arido, seco. Deve ta tudo seco e espinhento na caatinga, a ultima vez que lá fui, era meados de dezembro e a chuva deixou tudo verde. Mas dessa vez deve ta diferente, deve de ta tudo seco. Acho que a muito tempo não ia a Espinosa em julho, talvez quando meu irmao nasceu a 17 anos. Ir com a cabeça que tenho hoje será divertido, diferente das outras vezes que fui e ficava viajando que não tinha nada pra fazer. Irei fazer muita geografia, e pretendo fazer um campo paralelo pra curtir a viagem mais ainda. Independencia ou sorte!!! Viva ai o 7 de setembro que proporcionou esse feriadão!!!