sábado, 31 de outubro de 2009

Essa é a historia do menino apressado...

Tudo começou numa noite no fim de dezembro
Acordei no mundo caotico frio e chuvendo
Olhei decepcionado comigo mesmo por ter saido correndo
Da cachanga tão gostosa que tinha meu proprio sustento
Alimento, provido por um cordão que ligava o meu umbigo
E eu ficava ali parado falando comigo
Como é bom essa vida de cabeça pra baixo
Mas a vida desde o começo não é facil
Começaram cortando a barriga pra fazer o parto
Sai la de dentro e fiquei chocado
O medico me deu um tapa e eu chorei um bocado
Nao parei mais chorar, queria voltar praquele estado
De inercia, de preguiça sendo carregado
Conhecendo literalmente o mundo todo que vivia
Agora aqui fora é muita correria
Ousadia é a vida, a vida vivida
Aqui fora a realidade eu ainda nao entendia
E ainda nao entendo , o que ta acontecendo
Perguntei a um homem e disse que não compreendo
O processo legal que me botou nesse mundo
Ao invez de um rei nasci como um vagabundo
Sem dente, careca, chorando sem parar
Minha mãe olhou pra mim e começou a chorar
De alegria de felicidade,
não ter mais me carregar por toda a cidade
De verdade
Fico louco, lembrando disso
Agora eu cresci e fico aqui como esse vicio
De criticar todas as coisas que eu conheço nesse planeta
Tão grande e devastado pela imbecilidade da direita
Da esquerda , do centro, de qualquer lugar
O importante é destruir pra depois se preocupar


Tudo começou assim
A vida vinha direto pra mim
Sai da barriga sem dizer que sim
Fui tirado da barriga mas não foi o fim

Foi só o começo, disso nao me esqueço
Deitado na bahia dentro do meu berço
Enquanto minha avó ao meu lado rezava um terço
Com medo dos ratos roerem minha cara
Malditos roedores que infestavam a minha area
Cercado de insetos que pousavam e mim
E eu calado ouvindo o zumbido sem fim
O tempo foi passando e fui ficando calejado
Sai do nordeste e voltei pro meu estado
Onde tinha nascido mas nunca tinha morado
Agora na metropole completamente cercado
De concreto, de tristeza, de preocupação
Sem saber o que fazer, esperando meu busão
No ponto de onibus, no centro do caos
Cercado de milhares que povoam a capital
Escravos de um sistema que os impede de entender
Eu , você, porque, pra que
Tudo isso é complexo e prolixo
Ideia fixa que se esvaizia com o lixo
Que é levado para longe, da metropole poluida
E dize que tudo isso que a gente faz e a vida
A vida só é vivida por quem consegue sobreviver
E eu aqui deitado esperando anoitecer
Pra contar as estrelas da mais bela constelação
Mas nao era um estrela , era outro aviao
O céu noturno das cidades é alaranjado
Mudança de padrao nas cores do cerrado
O dia é vermelho de monoxido de carbono
Meu pulmao é só fuligem, quando respiro me exponho
Vou voltar para o nordeste pra fugir dessa fuligem
viver no agreste, longe da vertigem
da cidade complexa caotica e opressora
Na barriga da minha mae eu vivia numa boa
Mas agora eu cresci, até mais do que devia
graças ao toddy, o nescau que comia
Enlatados de hormonios de alta tecnologia
Vitaminas no isopor no danone e na latinha
De sardinha que vem ja pronta pra comer
Esperando o pescador que la de dentro vai dizer
Eu pesquei essa sardinha mas nunca irei comer
Essa coisa que nessa lata impropria pra viver
Quer saber , fui pro mato longe da realidade
Fugi da cidade e descobri a verdade
O caminho e a luz, a palavra e a salvação
Geografia minha vida, nunca me deixa na mão
Sei que sou aquilo exatamente que queria ser
Mas fugi dos meus principios que tanto gostei de ter
Que era so ficar de cabeça prabaixo, dormindo todo dia
Comendo e crescendo pra viver a vida que ainda vinha
Vou voltar para o agreste, pro sertao, pro matagal
Vou vive na cidade na contradição e no caos
Mas aqui ta confuso da dificil de entender
Quer saber to de boa, to de altas pra você ...

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