sábado, 25 de dezembro de 2010

Me equilibrando sobre a linha do equador...

É assim que eu vou, vou, vôo. No alto, sobre a linha do equador.

No meio do mundo, na metade desse globo , vou conhecer a amazonia. A foz do rio, o rio mar, maior. Atravessar o litoral norte brasileiro, do Amapá ao estado potiguar. Espero ir ver olhar. Experimentar! Vivenciar. Geografizar o mundo inteiro. Mesmo que só esse pequeno trecho. Mas é isso ai, viver e viajar, alegria e conhecimento. Espaço que será destrinchado pela minha visão, minha intuição, meu saber. E isso que quero fazer.Vou viver, me aventurar, por aqui e por lá, pro lado de lá onde é inverno, onde é verão, na linha que divida esse mundão, e traz aqui no meu coração, a vontade enorme de gritar! Aaah como eu amo viajar!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Maior dia do ano

Ontem foi o maior dia do ano. Começo do verão, epoca de calor, dias longos e quentes, a cara da nossa terra tropical. To indo daqui a uns dias lá pra linha do equador, e lá é sempre verão e os dias não assim tão grandes. Curtir aqui no tropico o solsticio é massa, mas claro que fora dele o dia se torna muito maior e na antartida ontem nem teve noite. Enquanto parte do mundo ferve a outra congela, e assim o ciclo continua rolando e a gente aqui no meio disso tudo nem percebendo nada. Nem olhamos pro céu, nem sabemos de mais nada. Mas coincidentemente ontem o solsticio combinou com uma sultuosa Lua cheia. Dias grandes como a lua, e bonitos como dias de verão. Praia, cachoeira, bar. O calor pede algo para nos refrescarmos, mas as compras de natal mal deixa a gente em paz. Mas logo tudo passa, as festas, o fim de ano, e ai começa de vez o verão. Verão em dezembro tem cara de chuva e natal, e natal nem combina com verão, por isso só em janeiro mesmo é que começamos a curtir a época do ano mais tropical. Acho doido demais viver nos tropicos e poder sentir toda a força dessa estrela ai que teve a manha de nos manter vivos.



domingo, 19 de dezembro de 2010

Aventura

Daqui a uma semana estarei já sob o Sol equatorial. Na invisivel linha que corta o globo terrestre em dois. Um lado inverno, do outro verão. Vou para a amazonia, lugar mitico no imaginario mundial. Terra de selvagens, animais e infinitas arvores. Lugar tão distante quanto real. E nessa busca pelo conhecimento do meu país, vou geografizar terras distantes, atravessar o colossal amazonas, e desfrutar de uns dias nas maravilhosas e cenografias praias nordestinas. Uma grande viagem me espera, e eu espero demais por ela. A tempos, desde que fiz minha primeira grande viagem, tenho vontade de conhecer o litoral norte. Um lugar pouco conhecido mas muito belo, assim como todo o nosso país. Como um brasileiro que ama sua pátria, partirei em busca de conhecimento e diversão. A idéia de viajar me deixa feliz, porque é o que eu mais gosto de fazer. Estar em lugares diferentes, é sempre bom. Ir e ver, sentir e viver. Lema que criei e levo comigo sempre. Aventurar-me em distantes terras me fará bem. É meu maior objetivo e aquilo que mais sei fazer.

Geografo agora, tenho que ir ver e conhecer, estudar entender. É isso que quero ser e fazer na vida. E é isso que farei.


Viva, Viva a Geografia minha vida! E agora com certificado e tudo mais. ahahaha

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre as eras.

Era dia claro, quente de verão. O trópico arde sobre o sol e eu ali, no meu ultimo ato. Em frente os professores, a famosa banca. Algumas pessoas assistem, são amigos, pessoas importantes em minha vida. E lá vai eu. Desembolando frases muito antes pensadas, o suor escorre pelo corpo pela agitação do momento, e viajo na minha maior criação. Minha monografia, é retrato exato de mim. Uma nota alta. Fim do curso. 

Rápido assim, meus desejos vão se realizando, vão tomando corpo, vão surgindo. Dúvidas imensas começam a pairar, mas meus planos já estão definidos. Será que vão dá certo? Acredito que sim. Acredito que começo uma nova era, dia 9 de Dezembro, foi o fim de uma excelente. Mudei muito, mudei tudo. O mundo pra mim se tornou outro, e conheci muita coisa. Geografia é algo que o homem criou como ciência, e se encaixa perfeitamente no que eu sou exatamente. Sou Geografo!

Agora? Uma nova era vem ai, meus planos, meus estudos, minha cabeça, minha consciência já estão preparadas. A ficha ainda não caiu, mas antes que ela caia, continuarei a levar essa vida numa boa.  Boa vida, que tenho tido, e espero continuar a ter. O segredo eu levo comigo, agora é só viver.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tempos de chuva

O dia cinza nem claerou. Escurecido de nuvem, o céu quase que queria desabar em peso sobre o Mato Dentro. Na casa de Sô Domingos, dona Joana fervia água pro café, ralava um queijo velho e tirava do forno uma broa amarelada de fubá. Em reza baixa, pedia a São Miguel que livrasse seus menino do mal, na dificultosa travessia da cordilheira. Era pra mais de 8 légua que se tinha que andar, e por causa dum trabalho prometido aos menino, lá tava eles em meio de pirambeira de subida. Dona Joana fitava o santo de rabo de olho, santinho pequeno, de madeira entalhada, e tintura desgastada. A chuva beirava o chão, e o seu cheiro bom já tomava conta do lugar. Fazia ja uns dia que o cinza era a cor do lugar. O barro do chão já nem incomodava mais, de tão constante que era. Sô Domingos limpava uma bota velha, e relembrava uns tempos passados, de quando a usava. Tava de ir pro pasto, mas esperava a chuva cair primeiro. 

No alto da serra, Filipe, João e Lucas andavam em meio de nuvem. Caminho dificultoso, que nunca tinham feito. Travessar cordilheira por aquele caminho, era de pouco uso. Alto de serra, tem nuvem. E do lado do Mato Dentro sempre que tem. De manha cedo então é que é lei. Lei natural, de vento, e umidade. Evaporada do mar, as gota d'agua perambula no continente, até a cordilheira, onde tem que subir numa esteira invisivel. Quando sobe, não tem jeito. Condensa. E ai, chove. E o Mato Dentro quase se desmancha em tédio. Tédio de chuva que não passa. Chuva de dias. Dias de chuva. Outubro era um bom mês, mas já um tanto chuvoso. No alto, os menino quase não enxergavam o caminho. Tavam dentro da nuvem, tudo branco e cinza. Orvalhado. Deu-se que tinham de travessar. E num se podia ficar parado. Já era o segundo dia de subida, e tinha ainda muito por andar. Lá embaixo, mãe Joana se encolhia na cozinha, em fuga de pingo que goteirava. Chão de balde e bacia. Tedioso pinga-pinga. No alto ainda não chovia, tava-se mesmo era dentro dela. Quase que num constante molhar. O caminho em subida, não aliava o cansasso. No bucho, só um pão sem café. Num se conseguia fogo em meio ao oceano invisivel, ao qual submersos, caminhavam. 

Passou-se uma hora, o dia já beirava ao meio, e nada de se chegar no topo. Um calor frio tomava conta. Suor de umidade, juntado do vento frio que empiramberava na borda da serra. Prenuncio de chuva. E chuva era o que veio. Forte. De pingo largo, e duro. Os menino em subida já procuravam um abrigo em grota de pedra. Mas dai que por milagre, ou por acaso de sorte, o telhado de uma casa foi avistada. Era casa antiga, de pouso. Um curral abandonado, fazia divisa com um terreiro já tomado pelo mato. A casa era assustadora. Velha, em desmancho. Mas não tinha como não entrar, a chuva era fria e muito molhada. A porta principal foi aberta. Era estreita e baixa. Dentro se tinha três pequenos comodos. Um quarto era o comodo principal. Ao lado um outro quarto, bem menor, pra uma pessoa. Uma cozinha completava o humilde casebre, de adobe, e telha de barro, resistia bem a chuva. Lá dentro era estranho. Escuro e empoeirado. Ar dificil, e com suposição de bicho peçonheto. Aranha era o que mais tinha. Mas não tinha como os menino sair. Tinham de se acostumar com o casebre. Uma vassoura de bruxa se escondia por traz da porta da cozinha. Havia uma outra entrada, ou saída. Era na cozinha, portinha miuda como a outra. Um fogão a lenha usado de tempos atrás, jázia junto de baratas. Tinha em cada comodo, camas simples, de galho, bambu e palha.  A chuva deu uma trégua, era tempo de sair. Mas num desandar de indecisão, o caminho tinha-se perdido. Para onde seguir? A incerteza foi aliviada pela chuva. Mais e mais. Veio de repente. Tiveram de voltar pro casebre, e lá repensar o caminho. Barriga roncava em pedido de comida. João tirou um pão da mochila. Era um pãozim e tinha uma manteiga boa de roça, que Lucas boto ao lado do fogão. As baratas foram expulsas no tapa, e o lugar começou a ficar mais salubre. As portas e janelas foram abertas, e redemoinhos de folhas caídas há tempos, surgiam aqui e ali. Filipe tirou o fumo, mas tava todo molhado. E em desando de desanimo, desistiu do trago. 

A chuva continuou caindo, e o tempo era tedioso. Em discussão os irmãos se entretiam. E quase que não sabiam como seguir. Lucas dizia que não era necessário tamanha aventura. Queria era voltar pra casa, ajudar na roça, e comer comida de mãe. João já dizia que era logo ali, só mais um pouco, que do outro lado se veria o planalto que teriam de andar por um ou dois dias até chegarem na fazenda que tinha trabalho. Filipe pegou o queijo que guardava na mochila, tirou um tái, e comeu em alegria contida. Gostava demais de queijo. Depois de comer, disse que o caminho era subindo, e erro não tinha. As horas foram passando, e o tédio chuvoso já era parte do dia. De costume, os menino já não mais achavam ruim a chuva. Só angustiavam na duvida do caminho. Queriam de logo sair do casebre abandonado, e seguir serra adentro. Lá embaixo, em reza, mãe Joana seguia na cozinha, enquanto Sô Domingos aventurava-se na chuva lá fora. Reza de mãe é bruta, e logo deu-se trégua de chuva, e o céu começou a clarear num branco que ia se raleando. 

No alto, o casebre ia ficando pra tráz, e os menino seguiam rumo ao imaginado trabalho. Caminho dificultoso, mas melhor que ficar no tédio, prisioneiro da chuva. Lama e barro, já era passado, e nas rochas da cordilheira, o caminho era até facil. Lá embaixo, mãe Joana se via feliz, tava mais tranquila com o fim da chuva, e num tinha mais que se preocupar com procurar goteira. A noite ia chegando, e depois de dias de chuva, se avistou uma estrela. Por ali era o seguir. E os menino chegaram na fazenda pro trabalho. A longa travessia, tinha ficado pra trás, e o Mato Dentro em prantos não se encontrava. Tava radiante de sol, dia após dia, até a volta dos menino. Mãe Joana mais uma vez, pedia e era atendida. Era mãe, e sabia reza. Os menino já era crescido, mas o coração da mãe não sabia. A chuva tediosa, no fim era o motivo mais certo, pra reunião de familia.