terça-feira, 27 de abril de 2010

Diamantina

Praqueles que não conhecem Diamantina, esse textim serve pra se ter noção do que é o lugar, e praqueles que ja foram, que possam relembrar e reviver o que realmente é aquela cidade. Um lugar especial no coração das montanhas das Minas Gerais.



Encrustrada no meio das montanhas, na borda oriental de uma das infinitas vertentes do espinhaço, no meio de um mar de serras, está Diamantina. Cidade performatica, que derrete entre os morros infinitos que se espalham sob as ruas de pedra. As casas arquitetadas para seguirem as ruas, envergam nas curvas, desviam das esquinas e se alastram umas sobre as outras. Coloridas e bem conservadas, imagens de um passado presente até hoje, imagens medievais de uma colonia portuguesa. Cidade da Coroa. Nada nem ninguem pode escapar a lei. Todos vigiados. Mas tempo passado. Hoje a cidade respira liberdade, musica, alegria. Respira o ar frio da montanha, e a alegria da juventude que ao lado dos mais experientes, brindam no viver cotidiano as subidas e descidas. Lugar magico de cores que brilham mais, porque lá tudo resplandece. Diamantinamente os veios de quartzo se transformaram em ruas, e os diamantes em pessoas. O sonho da riqueza facil ainda não acabou, mas a riqueza agora é outra. É a felicidade, a fartura da alegria. Uma cidade mágica, com ar antigo, lugar igual não há. No meio das montanhas, o cenario é transportado do passado para o presente, e como um presente do passado, é possivel viver a mais pura sensação de mineiridade. Nas montanhas de diamante, a lua sempre ilumina mais forte, o brilho e a energia do lugar são diferentes. Diamantina é mais que uma cidade, mais que um lugar, é um sonho. Um espaço encrustrado no tempo. Para quem conhece vale a pena voltar lá quantas vezes for necessario, para vivenciar tudo isso.E para aqueles que nunca foram, tentem ir, vale muito a pena. Viva , Viva Diamantina!!!

sábado, 17 de abril de 2010

Geografia e Literatura

To numa encruzilhada estilo Riobaldo. Não sei direito o que faço na minha monografia, mesmo ja tendo um tema, nao sei ao certo sobre o que escrever. É claro em minha cabeça dois modos de fazer essa monografia, mas não sei qual dos dois ficará mais claro e facil de ser entendido. O primeiro modo é fazer uma analise baseada mais na acumulação do capital, na forma de utilização do espaço e como o capital se apossa através da fé de espaços inabitados, durante uma vez no ano. Já o segundo modo é uma maneira mais fenomenologica, mas prefiro dizer, topofilica. Topofilia livro do Yi-Fu-Tuan, é algo que me interessa muito, pois é uma geografia diriamos menos academica, mais intuitiva.

Por exemplo, eu posso chegar lá ver tudo e dizer: Bem, o cemitério do peixe, se encontra no espinhaço meridional, ao sul de gouveia, e ao norte de congonhas do norte. Se encontra a uma altitude de mil metros, ao lado de um rio, que corre vindo de nordeste. O pequeno aglomerado de casas que surge na serra, fica vazio ao longo do ano, tendo apenas no mes de agosto durante o jubileu de sao miguel e almas, seu apogeu, quando milhares de pessoas se reunem numa festa em devoção as almas. As casas vazias ao longo do ano contam com apenas uma pessoa cuidar delas. A igreja e o cemitério perdidos no meio do espinhaço, teem na religiao seu unico objetivo de existencia. Além disso, com a realização do jubileu em agosto, o comercio inexistente no lugar surgi, e centenas de pessoas usam do espaço inutilizado para barganhar capital provindo de outras regioes.blá blá blá...


Mas como não quero explorar o espaço dessa forma, prefiro fazer de uma maneira em que o lugar possa ser sentido na leitura de minhas palavras. Sei que é impossivel reproduzir o que o lugar é de verdade, mas creio que de uma maneira mais topofilica, mais literaria, isso se torna mais facil. Por mais que eu explore e descreva como o capital e as relações entre as pessoas se dão, e descreva o lugar, eu nao irei consegui reproduzir as sensações possiveis. Mas escrevendo como agora irei escrever creio ser mais possivel... :

Dista léguas a fio, um lugar perdido na serra. A vila cemitério, resiste ao vento e a solidão, a poeira e ao frio, cercado de montanhas, ao lado de um rio que corre levando consigo as tristezas da região. Num vale entre morros, cem casinhas brancas surgem como uma miragem. Quem vive lá? Ninguem, pelo menos ninguem desse mundo. Nessas casas,viem as almas dos que estão enterrados no cemitério. As almas cuidam das casas e vivem em harmonia com a unica moradora do local. Que cuida das casas, da igreja e do cemitério. Lugar estranho e encantador, que não há como entende-lo sem por ao certo ir lá. Lugar vazio e desabitado mas não durante todo ano. Durante uma semana, em agosto de vento e secura, vem de todos os cantos da serra, um amontoado de multidão. Gente de todo lado, vindo em busca de algo que nenhum outro lugar pode lhe proporcionar. A alegria da realização das promessas, o pedido e a fé absoluta, levam centenas de pessoas a um lugar fantasma. E assim, surge durante quatro dias, uma cidade. Um pequeno povoado, um pequeno centro comercial, onde tudo é trocado, de conversa a prato, de panela a papo. Cercado nas serras, o espaço outrora inabitado ganha vida, ganha ar civilizado. Mas logo depois, tudo se acaba. As almas que cederam suas casas para os romeiros, agora podem voltar para seus lares, e descansarem em paz. Até o outro ano, quando tudo resurgi. Tudo revive.


Bem é tipo isso ai...agora vamo no que vai dar...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dia de Culto!!!

Quinta-Feira é dia de culto. Culto a felicidade, amizade, alegria, dança, musica, cantoria, diversão, fogueira, namoro, desejos, sem dinheiro, sem ego. Fogueira que esquenta e nos liberta do cotidiano, da relação forçada com a sociedade lá fora. Liberta e nos leva a um estado de espirito livre, sem leis, sem governos, sem estados, sem policia, sem professor, sem hierarquia. Faça você mesmo, do seu jeito, ensine e aprenda, produza e reproduza, desfaça e refaça, use e mude. Quinta é dia de olhar o céu noturno, abraçar a garrafa, e esquentar o peito. Dia de chorar de sorrir alegrias, de enveredar-se além do conhecido, de desbravar o seu mundo, mostrar ao mundo, ser o mundo. Viver o espaço autonomo temporario, sorrir na bolha utopica que surge toda quinta noite, ao redor da fogueira. Fogueira que espanta os maus olhados, e atrai a felicidade. Batuque de tambor, de pandeiro, de viola e violeiro, voz versada, prosa continuada, sem fio, noite a fio. Quinta de celebrar a fartura, de comer o que a terra lhe deu, batata e abobora, alimenta e renova. Fartura que gera felicidade,no canto dessa cidade, na ilha da fantasia, vivemos essa utopia. Somos a vanguarda do nossos proprios desejos, fazendo aquilo que outrora ja foi pensado. Mas fazemos. Sempre. Porque quinta é dia de culto.

TODA QUINTA TEM NATORД!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vale um País...

Então, tenho diversas coisas para escrever, quero falar sobre varias, mas depois de uma aula hoje e uma discussão que rolou ,tive de vir aqui falar um pouco de Geografia propriamente dita em termos escolares academicos. Texto sobre a VALE o, Brasil, a floresta, o territorio, o poder. Vale a pena ler... ou não se quiser acreditar ainda que o Brasil é o país do futuro!


A VALE, antiga Companhia Vale do Rio Doce, que erauma empresa estatal, quando da descoberta das jazidas da serra de Carajás no Pará, apossou-se do direito total de exploração de todos os minerais possiveis de se encontrar na serra. A serra que provem de uma falha transcorrente, eleva-se coberta por uma densa mata amazonica, conhecida como Floresta Nacional, que se constitui como uma espécie de APA. Com a exploração dessa riqueza mineral, o Brasil iria ganhar muito com isso, uma vez que a empresa estatal estaria apta a começar a mineiração. Após alguns anos de descaso a VALE é privatizada, e ai passa-se a ser uma empresa Global de mineiração. Com isso uma empresa privada, gerida por pessoas de diversos países, se tornou DONA de uma das maiores jazidas minerais do mundo, e tendo o acesso total a todos os mineirais e nenhuma concorrencia. Isso é interessante porque, a Vale é quem toma conta da Floresta Nacional e com isso ela que faz os levantamentos ambientais.

Bem uma unica empresa é dona de uma floresta que possui uma jazida mineral gigante, essa empresa ainda é a responsavel por dizer o que pode e nao fazer dentro dessa area, e assim ela é um pequeno país dentro do territorio Nacional. Para aqueles que acreditam ainda na soberania do estado, esqueçam isso, e percebam que o estado ja não possui soberania alguma. Para aqueles que são contra a mineração, saibam que é uma luta perdida ir contra, poís ou você monta um exercito e invade o país da VALE, ou não consiguirar de maneira nenhuma na justiça barrar, poís a VALE tem a sua propria justiça. A mineiração não vai parar, ela é responsavel pela vida que temos, por muita coisa, dos edificios aos computadores, dos carros as maquinas de cafezinho, tudo depende dos mineirais da mineração que devasta o cenario antigo, mas tudo em prol do desenvolvimento. Para os que são a favor da mineiração, saibam que as cidades proximas ao país da VALE como Parauapebas que viveu o bum da mineração, sofre do mal do garimpo. Uma cidade que possui apenas homens e prostitutas, sem expecativa de melhora, que sairam da mais profunda miséria do interior do estado do maranhão, cansado de ser humilhado em busca de melhoria de vida, na ilusão do ouro de tolo, da corrida para o El Dorado, e a VALE ali, com seu país de ilusão, destruindo vidas. Mas a VALE é boa, fez propaganda bonita e meus país gostam dela pois é verde e amarela.

Viva a tecnologia, viva a VALE !!!

Mas não esqueçam de apagar a luz ao sair...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ordem e progresso...

A dias quero postar um trem gigante aqui sobre liberdade e outras coisas mais, mas não consegui me concentrar nisso ainda, e ai lembrei de algo que tinha me deixado um pouco mal outro dia. Tudo isso por causa da futura obra que ampliará a antonio carlos e fara um viaduto na entrada da abraao caram, pra copa do mundo.

Bem o negocio eh que tipo, passando pela "favelinha" que fica na Antonio Carlos, em frente a federal ali, na rua de trás, vi as pessoas felizes, mesmo na sua pessima condição social que vivem. Crianças brincando, senhoras varrendo a calçada, um senhor sentado na porta de casa, vendo o tempo passar. Essa cena foi cruel pra mim. Fiquei imaginando aquilo, como se eles morassem proximos a um vulcão que logo logo entrará em erupção e expulsará dali, das humildes casas, construidas com o suor de um trabalho nada valorizado, os moradores que agora mal sabem disso. Olhando no rosto do senhor, fiquei imaginando como deve ser dificil ser expulso de sua casa, e ver uma avenida passar por cima dela, tudo em nome do progresso. A area em que vivem, é irregular, e ai o vulcão da administração publica, entrará em erupção e passara por cima de tudo. O senhor provavelmente construiu aquela casa, com seu trabalho, passando por perrengues para ter um teto para morar, que é a coisa mais importante na vida de um ser humano. Ficar sem um teto é algo que desmoraliza a pessoa, em praticamente todas as sociedades, quando uma pessoa por algum motivo precisa de uma casa, geralmente um grupo, ou o coletivo daquela sociedade se volta para a construção da casa para que a pessoa nao fique sem. Em quase nenhuma sociedade que conheço e estudo, as pessoas dormem na rua, ou fora de alguma casa. Quando estao sem alguma, sempre sao aconchegados na casa de alguem. Mas na nossa sociedade, as pessoas sao expulsas de casa, sao obrigadas a morar na rua, obrigadas as serem humilhadas, a perderem seu sentido de solidariedade, a verem seu trabalho, seu esforço, jogados no lixo. Até quando veremos isso e aceitaremos? Ninguem que conheço ja passou por isso, por ter que sair de casa e nao ter para onde ir. Deve ser a pior coisa que consigo imaginar. Quando uma tragedia natural destroi as moradias, as pessoas se solidarizam e ajudam-se mutuamente, mas quando o progresso vem, e destroi o lar de alguem, a madame passa com o carro no viaduto em cima da antiga favela e pensa: Viva o governante que destruiu a favela e fez esse viaduto, agora posso andar muito mais rapido e nao ver o lixo humano que habitava aqui.

O problema ta ai , na nossa cara, a vida ta ai, sendo completamente desvalorizada, ooooooalias a vida tem valor, no sacolão que eh nossa sociedade, pobre favelado é fruta podre, e deve ser jogada fora. Eu estou sensivel demais ultimamente com essas coisas, e sei que nao posso mudar nada, porque faço parte de tudo isso tambem, com meus erros e com minha soberba de apenas ver, me chocar, me revoltar, e depois esquecer. Ou esquece, ou nao aguenta viver. Sei lá, é muita maldade junta...Cidade faz mal... Ordem e progresso... Juntos rumo a desgraça coletiva...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mato Dentro

No mato detro ao relento
A barlavento do tempo
escutando o surdo silencio
atrapalhando meus pensamentos
e nos desejos me contento
com a proposta do momento
de viver sem tormento
A aventura dos tempos...