segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Luz no fim do tunel.

A chuva cai pela cidade, adentrando a madrugada. As luzes refletem as nuvens, a cidade está molhada. Alagada de incertezas quanto ao amanha. O Sol irá clarear a escuridão em breve. De relance, se olha pela janela e avista-se um oceano sobre minha cabeça. Há água por todos os lados, flutuando sobre mim. Encharcará o meu dia? Pergunto a mim mesmo, já sabendo a possivel resposta. Dependerá de minhas forças compreender o desconhecido, e imaginar o que está por vir. Centenas de insetos rodeiam desesperados a luz do poste. Esses insetos são infelizes. Nasceram no lugar errado. Tanta mata, tanto tempo, tanto lugar. Deveriam estar sobrevoando lagoas, rios, matas, cachoeiras, serras. Mas estão se eletrocutando na alaranjada armadilha de luz. Nem sempre a luz no fim do tunel te salvará. O tunel as vezes pode ser grande, mas nele o caminho é certo. Fora dele a trilha pode ser um emaranhado de escolhas. Escolhas duras de se realizar. Seguirá pelo caminho certo? Como saber se não a luz no fim dela? Se a luz está ao redor. Dentro do tunel só há um caminho. O caminho é escuro, abafado, claustofobico. Mas existe a luz no fim . Uma luz que te trará de volta as duras escolhas. Ficamos 9 meses dentro de um tunel, e ao sair dele vemos a luz, e ai não há mais volta. Fora dele, as escolhas são dificeis. A vida vai passando, e as vezes eu queria estar denovo nesse tunel. Onde não há como se perder. Dentro do tunel a chuva não nos molha. Ela está lá fora. Molhando aqueles que se aventuraram fora dele. O tunel é um espaço de paz. Silêncio. Lá fora é conturbado demais. É a selva. A selva que está sendo bombardeada pelos grossos pingos que explodem no concreto. A selva é de concreto. Parafraseando um caboclo do mato, um senhor que não me disse seu nome, nem sua origem, nem sua historia, mas que com apenas uma frase resumiu bem a teoria geral da natureza pós-moderna.

"No mato é tranquilo, os animais só se defendem. Na cidade, eles te atacam... "

No mato a luz que guia os insetos não existe. Eles não irão se iludir com a magnifica e majestosa luz que parece ser o Sol. Eles irão trilhar seus caminhos, longe do tunel. Tunel que molda a cidade. Que molda nossas vidas. Nascemos predispostos a andar nele. Tuneis como do metrô das grandes metrópoles. Que nos dão apenas algumas opções. E no final deles sempre encontramos a luz. Mas não a verdadeira luz. Um poste.

Cuide-se para não ser iludido como os insetos, que têm a certeza de que estão no caminho certo.

Um comentário:

Cris Madeira disse...

Apenas Núuuuuu!!!

Digerindo...