sexta-feira, 18 de março de 2011

Confira comigo no Replay!

É com essa expressão que começo um assunto um tanto quanto corriqueiro em toda história da nossa sociedade ocidental cristã. Hoje não só os messias anunciam o fim do mundo, mas os eco-ambientalistas vivem dizendo de aquecimentos globais, mudança climatica e declinio de nossa civilização se não mudarmos de hábito. Bem nada contra essa luta, que acredito ser importante, pois nosso mundo não suporta mais tamanho abuso, mas é engraçado que na nossa sociedade fatalista, que acredita em um salvador para nos livrar do fim dos tempos, que ocorrera quando do seu retorno ao nosso mundo, sempre levamos em consideração que o mundo está ruindo, que as pessoas não são mais as mesmas e que bom mesmo era antigamente, época longe dessa de tantas mazelas e tristezas atuais.

Um bom exemplo disso, eu li em um livro de Jacques Lacarrière, onde ele cita uma carta de São Cipriano de Cartago a um tal Dimitriano, no seculo III, por volta do ano de 269.

“Quem não vê que o mundo caminha pra seu declínio, que já não tem as mesmas forças nem o mesmo vigor de antigamente? Não é preciso prova-lo com a autoridade da santa escritura. O próprio mundo o diz e testemunha que se aproxima de seu fim pela decadência de todas as coisas. Cai menos chuva no inverno para alimentar as sementes. O sol não é mais tão quente no verão para alimentar os frutos. A primavera não e mais tão agradável nem o outono tão fecundo. As pedreiras, como se estivessem cansadas, fornecem menos pedras, e as minas de ouro e prata já estão esgotadas. As terras ficam incultas, os mares sem pilotos, os exércitos sem soldados. Há menos inocência no tribunal, menos justiça entre os juizes, menos união entre os amigos, menos indústria nas artes, menos disciplina nos costumes. Assim todas as coisas, desde agora, se precipitam rumo a morte, sofrem do esgotamento geral deste mundo.”

Agora coloque esse discurso na boca de qualquer um por ai, e veja se ele diz algo de novo.


Há 1700 anos alguém já dizia isso... Nossa sociedade fatalista, exige ao maximo o trabalho nessa terra, pois antes que ela acabe, temos de nos salvar. É tudo uma questão de interpretação do tempo. Tempo que é um dos conceitos, mais variantes nas culturas humanas. O que fazer então? Sei não, dá um tempo.

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