segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uivemos!

A cultura ocidental, hoje quase totalidade do mundo, vive em tantas contradições que aqueles que refletem sobre elas, tendem a enlouquecer. Porque pensar em coisas que não fazem sentido, torna a nossa própria existência parecer sem sentido. Dominamos hoje em dia, através do pensamento metódico e racional muita das possibilidades que o nosso planeta pode nos oferecer. Porém para que destruir tudo se sabemos que pensando de outra forma, poderemos ter um mundo em que o ser humano volte a ser um animal. Talvez nossa única saída seja voltarmos a pensar que somos realmente animais. É estranho pensar isso, porque nossa consciência coletiva histórica no fez crer que somos A enquanto todo o resto do mundo é B. B é a dita Natureza, hoje em dia mercadoria das mais importantes, que muito além da realidade, é vista como algo muito diferente. Nós os homo-metropolitanus não conhecemos mais a natureza mais como ela realmente é, apenas interpretamos dados sobre ela, e dizemos se é boa ou ruim. Não pensamos em proteger as florestas porque ela é bonita, cheia de vida e imponente, e sim porque estudamos muitos dados coletado sobre tudo na floresta, e chegamos a conclusão por C+D que se continuarmos a destruí-la iremos nos fuder. Quem realmente protege às florestas não são os jovens da burguesia folclórica, que idolatram o deus Sol e todas as “plantinhas”, são as mesmas mega-corporações que a destroem em busca de mais lucro, porque são as únicas com poder para isso. Quem mais se preocupa com o ar que respiramos, não são os tecnocráticos da ciência funcionários do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), esses ai só vendem os dados. Quem se preocupa em mudar são as mesmas mega-corporações que seguindo o deus Capital, transformam o ar que respiramos em mercadoria, para refrear o crescimento de uma industria tradicional em ruínas, e acelerar o crescimento das novas industrias globais, comandadas por acionistas que vivem do capital fictício em algum ponto do globo. O tal crédito de carbono, nada mais é que uma falsa noção de proteção, uma vez que ele é uma criação imaginaria de valor em algo que a gente nem enxerga que é o ar. Dar-se o direito de poluir, em troca de um capital inexistente, porque não veio do trabalho real, e sim da reprodução da imaginação do homem em seu mundo virtual. Voltamos então ao inicio da idéia, que era a de que o homem está tão fora do mundo real, que vive hoje inserido em um mundo virtual, criado a partir de seu gênio criativo. Tudo não passa do controle eficiente de energia, desde o controle primário do fogo, até os elétrons domados nos chips feitos da transformação da montanha em coleira. Prendemos e educamos a energia provinda de todos os cantos desse universo, e que agora sobre nosso domínio, sofre na mesma escravidão que nos homens sofremos, servos do Capital. A nossa imaginação desde os Papas, nos levou a crer que somos seres a parte da natureza, e isso acelerado por uma ciência que vê de fora, levou as ultimas conseqüências essa noção de separação. Vivendo em cápsulas tecnológicas, se deslocando em salinhas confortáveis dentro de uma maquina que mata mais que qualquer epidemia no mundo, acreditamos que o mundo é simples. A cidade digievoluiu e virou metrópole, e a tal metrópole é o atual limite da condição humana criadora e evolutiva, que transformou o mundo real em espetáculo que passa às noites no Fantástico. A Natureza, esse caro e distante produto, passou a ser vendido como bom e bonito. O homem deixou de se ver parte de um todo, e isolado no seu “Penso logo existo”, deixou de existir em conjunto com o mundo. Vive isolado, deprimido, stressado e triste em meio a sua própria criação. O homem global, esse ser cientifico, se tornou o retrato de seu antigo Deus, que triste após sua criação, mandou o filho para tentar consertar. Será que a solução está na mensagem do filho salvador? Então temos de educar a próxima geração, não a comprar produtos nos supermercados, e sim a pegar das árvores que devemos plantar, os frutos para se alimentarem. Imitai-vos então os animais, e vamos viver todos conscientes que fazemos parte da realidade. Realidade essa tão mais empolgante que a virtualidade criada para que possamos fugir do caos lá fora. Deixando os limites do planeta real, espaço pequeno e fixo, criamos para nós, seres que sempre querem imitar seu antigo Deus, um universo virtual infinito, que se expande cada vez mais. O que temo é que depois da tristeza com a sua criação, e a expansão de seu universo, virá ao fim do sétimo dia o tão temido Apocalipse. Se continuarmos então a brincar de Deus, e a seguir os versículos da bíblia, iremos sucumbir em um final em que tudo será perdido. Mas quem sabe se deixarmos de sermos Homens, e voltarmos a ser animais, não esquecemos essa história de deus e voltamos definitivamente para o nosso paraíso, esse mundo tão belo que tá ai. Porque é simples a questão: Nossos maiores prazeres se dão quando deixamos de lado o pensamento racional que nos doma, e somos levados pelos instintos, que são meros reflexos causados pelas substâncias que nosso corpo produz, digeridos por nós como sentimentos e emoções. E assim com o mesmo pudor que temos do orgasmo, podamos todas as sensações boas que nosso corpo produz, e vivemos no automático. Um povo inteligente, rico, porém sem prazer. Prazer esse que estar em permitir-se ser animal. Pois o animal vive intensamente seu instinto, consequentemente todas as possíveis sensações. Então ampliemos essa gama de emoções que sentimos e vamos além do gol do futebol, que é uma coisa irracional que instintivamente gera euforia. O gol se transformou em instinto de quem gosta de futebol, levado a ser tido como muito bom, proporcionando uma explosão de sensações gostosinhas, uma vez que seu corpo libera uma enorme quantidade de Andrenalina e Endorfina na corrente sanguinea, refletindo no descontrole irracional que temos após o gol.

Viva então a condição de nossos antepassados, que tiveram vidas mais intensas, mais vividas, menos racionais, mais animais. Parem então de lutar por melhores condições no trabalho, lutem pelo prazer! Trabalhadores do mundo, uivemos!

Nenhum comentário: