domingo, 25 de dezembro de 2011

Viva o mundo vivo 2!

Após ver um pôr do Sol no topo de uma duna nas proximidades de minha casa, percebi o quão interessante é essa relação homem planeta Terra. Das formas geográficas mais interessantes, a sílica, a conhecida areia é a mais incrível de todas. A areia, essa farofa de pedra, é parte presente nos diversos lugares maravilhosos que já vi, simplesmente porque seu ciclo geológico, e as formações derivantes disso, tendem a formar lugares belos. A areia na duna se molda ao seu corpo, e assim qualquer posição que você se sentar será uma boa posição, encaixado na maleável rocha. Essa areia quando coberta por lama, ou outras rochas, começa a endurecer, e se transforma em arenito para formar as maravilhosas falésias do litoral nordestino, ou os grandes platôres do Jalapão, ou ainda os mega terraços do Tapajós, tão belos como de qualquer praia litorânea. Mas a areia passa ainda por uma outra metamorfose, e dessa vez mais drástica, e transforma-se metasedimentarmente em quartzito. A serra do Espinhaço, tão bela e brilhante, nada mais é que um antigo campo de dunas marinhas, de mar raso, acumulação de areia, cozinhadas em alta pressão e temperatura, e depois elevada aos céus com imensa desenvoltura, num processo de milhões de anos, que culminam com a rocha que aflora sobre um pico onde posso assim como aqui no litoral , apreciar um belo pôr do Sol. Na nossa minúscula participação no tempo do planeta, curtir esses lugares em que se pode ver a ação do tempo e dos processos que nele ocorrem é incrível. E é incrível descobrir que a areia, tão odiada na maioria das vezes, é uma das responsáveis pelos mais belos exemplares da natureza, é a forma primordial de entender que nós, não somos mais que um grãozinho nesse enorme campo de dunas do universo.

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