sábado, 7 de abril de 2012
Boulevard
Sexta-feira da paixão chuvosa, as pessoas tentam sair de casa, mas a chuva insiste em molhar. E molha a alma do pobre homem que não tem onde morar. Compaixão aonde que você foi parar? No bolso do cidadão, eleito para nos roubar. Sujeito de sorte, profissional da arte de furtar. E se colocar-mos aquele homem sem alma, o elegermos em seu lugar? Será que político tem alma? Será que ele irá vagar? Pelas ruas nuas e frias, da várzea de beagá. Enterraram o rio sem vida, chamaram de boulevard. Ignoram a idade da pedra, dos homens que vivem lá. No topo dos edifícios, brindam com champagne e caviar. Os tolos homens malditos, que necessitam sempre mais ganhar. E vivem no topo da cidade, cercados de um eterno lamentar. Das serras recortadas por maquinas, para ter a vida que você está acostumado a levar. Tecnologia tem preço, mas esse preço não há como pagar. Pois quando as serras sumirem do mapa, o que virá em seu lugar? Minas deixará de ser montanha, e se pá até vai ter mar. Superfície de aplainamento, só para gente passear. De carro pelo centro, sob o rio a navegar. Isolado dentro do vidro, salinha ambulante com ar. Lá fora os homens das pedras, se matam de tanto fumar. E ali dentro da salinha, o rádio insiste em chiar. São noticias de vida de morte,vindas de além mar. E você fica chocado, com tragédias de outro lugar. Enquanto um homem ao seu lado, insiste em lhe incomodar. Implorando piedade, uma prata para comprar. Mas não é para o leite, é para a cachaça o embriagar. Para que ele possa enfim longe dessa realidade descansar. E enquanto você coloca a cabeça no travesseiro, ele sonha em está no seu lugar. E o político eleito? Será que ele vai fragar? Que pro Brasil tomar jeito, ele tem que mudar. E será que é lhe dando o peixe? Ou lhe ensinando a pescar? Traga carinho e respeito, pois assim é mais fácil amar. E se falta amor e compaixão, o que nos resta em beagá? Apenas bares abertos, para que você possa sem embriagar. Só assim é que podemos, assim como os homens da várzea, ter a sensação de se libertar. Do caos dá cidade, do caos da vida moderna, de toda essa sensação que não sabemos lidar. O que precisamos é de um tempo, tempo pra poder pensar. Pois se não é isso o que queremos, porque vamos continuar? Essa pergunta eu lhe faço meu amigo, pois sem você não vou ficar.
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