quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Vira Lata

Noite morna na Bhbilônia e sob a luz laranja uma multidão reunida para ouvir, declamar e sentir poesia. Ali na celebre praça, onde a eterna frase de Rômulo Paes foi eternizada, Subir Bahia e descer Floresta volta a ser uma rotina real. Boêmios da nova geração, filhos da luz laranja, compartilham na rua suas melhores alegrias, poemas, palavras e poesias. Certo que naquele local nada haveria, as pessoas que passam se assustam e se encantam, porque não faz sentido ficar parado na rua só para ouvir poesia. E descobrem que em Belo Horizonte não está perdida a alegria, ela só está escondida na falta de tempo da escravidão nossa de cada dia. Uma reunião sem fins lucrativos, apenas em prol da arte. O que torna esse movimento incrivelmente duradouro porque não depende de verba para se manter. Só da união coletiva e gratuita, do renascimento da rua como local de encontro, e não só de passagem, porque se há tantas praças na cidade, porque nunca nos sentimos a vontade? É porque perdidos no tempo imposto, nos falta os momentos de fazer novas amizades, e é por isso que o encontro quinzenal, agrega valor e amor no contexto de virtualidade que se transformou nossa vida social. Ali em meio à praça, uivando para Lua na mais singela demonstração de amor que se há com a Natureza praticamente esquecida por detrás de tanto cimento, esse grupo de jovens ousa simplesmente reunir, falar e ouvir, hábito raro nos dias de hoje. Forjada a ferro e fogo, a necessidade de repreender os homens é tanta, que a tecnologia que deveria ser voltada para a libertação do trabalho, serve para nos escravizar mais ainda. Carros dominaram as ruas, e nós esquecemos que a rua é lugar de encontro, reunião, e que a cidade só tem necessidade de existir, porque ali é que se dão esses encontros. É nela que se consegue unir forças com outros homens para viver em conjunto e crescer. Mas a Bhbilônia ferve nos engarrafamentos infernais, e no ódio coletivo que domina a todos, deixando-os sempre tristes. Sociedade que se droga para se sentir bem, e que esqueceu que a rua e a amizade são os melhores remédios para qualquer mal, porque te faz pensar. E pensar é o melhor remédio para todos os problemas, porque te ajuda a solucionar-los, e a acalmar as dúvidas com possíveis respostas. Conversar e ouvir são tão bons quanto, pois é ali que suas respostas e curiosidades podem ser respondidas, e seus desejos e vontades serem ouvidos. E é por isso que faz incrivelmente bem para a saúde reunir-se com variadas pessoas, de diversas partes da metrópole, para ouvir e declamar poesia, porque é ali , nas terças-feiras, sob a luz laranja, que transformamos o vazio da rua, em alegria! 

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

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