segunda-feira, 1 de março de 2010

Duas interpretações da mesma realidade...

Hoje tive uma experiencia muito doida. Durante algumas horas me senti muito diferente. Bem tive uma elevadissima descarga de adrenalina durante alguns minutos que se converteram na mais saborosa sensação que ja tive. Durante a baixa da adrenalina senti meu corpo e as sensações, e toda a realidade de maneira bem diferente. Bem vou parar de enrolar e tentar descrever de duas formas a primeira mais academica cientificista, e uma outra mais mistica espiritual, mais diriamos humana.

Cientifiscita:

Tudo começou quando eu entrei no anel rodoviario e andei nele durante 4min mais ou menos. Eu estava de boa quando de repente me dei conta do que eu estava fazendo. Olhei pro lado e percebi que eu estava em uma caixa fechada, com ar condicionado e som alto, fora da realidade lá fora que era no minimo assustadora. Olhava as gigantescas carretas passando a mais de 100km/H ao meu lado e eu lá no meio. Olhava aquilo e não sei porque comecei a ter medo. Comecei a perceber como aquilo era assustador, e ver toda aquele concreto , asfalto, fumaça, maquinas gigantescas e eu ali no controle de uma delas, me locomovendo a mais de 100km/h. Uma gigantesca descarga de adrenalina começou a ser lançada em minha corrente sanguinea. A principio o medo começou a ficar intenso demais, e eu comecei a tremer assustado, querendo sair logo dali. Me controlei, respirei fundo buscando oxigenar mais o cerebro para ele voltar a compreender que aquilo nada mais era que o meu cotidiano, mas a adrenalina estava ja lançada e com o coração disparado, eu seguia guiando a maquina dentro daquela salinha confortavel, ao mesmo tempo longe de toda a agressividade do momento. Após os 4min que permaneci no anel, e depois de uma longa descarga de adrenalina eu estava na antonio carlos e resolvi parar na federal para relaxar e pensar melhor em tudo que tinha ocorrido. Foi então que eu resolvi comer uma maça que estava em meu bolso, uma vez que era 15h da tarde e eu mal tinha almoçado ainda. Foi ai que tudo começou. Eu parei o carro sai e sentei na graminha do milharal. Fiquei ali comendo a maça e sentindo o melhor gosto que ja tinha sentido de qualquer maça do mundo. Melhor até que a do paraíso comida por Eva. Era saborosa ao extremo, o suco que molhava minha boca, refrescava de maneira inacreditavel, e o doce azedo era algo incrivel de se sentir. Isso foi causado pela baixa da adrenalina no sangue, e a grande quantidade de Endorfinas lançadas, uma vez que após o grande perigo que tinha corrido, meu corpo entendeu que eu precisava de algo para que a dor, e o medo diminuissem. Como eu sai daquela assustadora situação de me ver cercado de maquinas gigantescas se locomovendo com grande energia muito proximas de mim, eu estava apenas curtindo ao maximo o efeito da endorfina. Deitado na grama olhando o céu nublado, comia a maça e mal sentia meu corpo. Sentia uma adoravel sensação de flutuar, e uma enorme euforia causada pela adrenalina. Estava rindo e feliz e sentindo tudo muito bom. Tudo era gostoso, e a endorfina me levou a um estado de extase. Fiquei deitado um tempo, sentindo a grama, o chão. Estava ali em paz, feliz, e extasiado. Após uma hora mais ou menos, a endorfina começou a baixar e me bateu uma moleza gigante. Queria deitar e dormir. Mas não era possivel, então eu tomei uma coca-cola que me reanimou denovo. Fiquei sentindo coisas que nunca senti, auxiliado pelas melhores drogas disponiveis no mercado. Adrenalina e Endorfina, produzida por mim mesmo. Doidão auto sustentavel.

Homo Sapiens Sapiens

Tudo começou na tarde de hoje, eu estava dirigindo o carro no anel rodoviario, quando de repente um espirito primitivo baixou em mim. Eu de repente me senti como se fosse um homem primitivo, da idade da pedra. E olhei para tudo aquilo ao meu redor completamente assustado. Comecei a tremer e a ficar com muito medo de toda aquela situação. Era assustador pensar em tudo que eu via acontecendo ali. Eu no meio de uma enorme estrada, nunca antes vista por nenhuma sociedade humana, cercado de maquinas grotescas, cheias de rodas, como carros de boi gigantes como rochas. O mais incrivel, era que tudo isso parecia não ser real. Dentro da salinha com a temperatura agradavel e uma musica saido do nada, eu sentia que ali fora era uma realidade muito diferente da que eu estava vivendo ali dentro. Mas tudo aquilo era real, e a velocidade que eu percorria a superficie daquela estrada era assustadora. Meu corpo começou a dar sinais de que aquilo nao era normal. Nao poderia ser. Que maluquisse. Me senti num futuro assustador, nunca prefisto por nenhum profeta. Afinal, onde alguem previu que andariamos em maquinas sobre o asfalto cercado por outras maquinas gigantescas, em altissimas velocidades, cercados por muros e casas estranhas de tijolos mal feitos. A cidade ao longe ia passando mas dentro daquele lugar chamado anel rodoviario, tudo era assustador. Ao sair dali fiquei muito feliz, fiquei euforico por ter vencido aquele estranho entendimento da realidade. Parei na UFMG para beber uma agua e resolvi comer uma maça. Nessa hora, meu instinto primitivo gritou dentro de mim . Aquela maça era uma coisa natural, feita e criada pela natureza, e aquilo sim fazia sentido. Aquilo era algo que eu tinha certeza que nao me faria mal. Comi a maça sentindo o gosto mais gostoso que tinha sentido. Meus instintos estava a flor da pele, e eu como um selvagem deitei-me no chao para sentir o planeta. Senti-me feliz em saber que eu estava ali seguro, e que aquele anel do terror, estava longe de mim. As maquinas que carregam as pessoas estavam ali paradas, e eu podia ficar olhando de fora e vendo como a Terra é um lugar maravilhoso. De dentro da realidade assustadora que vivenciei, eu fiquei pensando em como tudo aquilo era futurista. Uma sociedade cheia de gente, de casa, com maquinas gigantescas, fumaça para todos os lados, sujeira e materiais que eu nem entendia do que eram feitos. Pessoas por todas as partes e muito, mas muita coisa sendo transportada no espaço. Não fazia sentido que aquilo fosse real, e eu nunca tinha pensado em como nosso presente tem cara de futuro. Estamos acostumados a ele, mas mal nos damo conta de tudo isso é uma realidade completamente fantastica se pensarmos em termos de um animal. Mudamos tudo, aproveitamos tudo, e a velha estrada e seu carro de boi, se transformaram em uma enorme pista onde enormes e velozes maquinas transitam levando gente e materiais. Uma sociedade que não tem mais volta. To feliz por estar vivo depois de tanto medo e risco corrido. Agora, vou ali comer mais uma maçã!!!

Um comentário:

Cris Madeira disse...

Sentindo o ventinho que tá batendo aqui agora, comendo chocolate e lendo seus posts...Essa mistura gerou sensações boas por aqui!!!!