quinta-feira, 16 de setembro de 2010

diz ai Burton...

É bom ler algo de alguem que você valoriza pelo seus feitos, e sentir exatamente o que ele fala...é uma alegria, porque eu também já fiz e senti isso...


‘...Minha velha atração pelo prazer da vida no mato – da solidão – era tão forte aqui como na Terra de Bubé. Suspirei misantropicamente, vendo-me, outra vez, fora do alcance de minha espécie, e, por assim dizer, vendo-me, de novo, diante da Natureza, face a face. Esse alimento da alma, como a chamam os árabes, ou a dieta do espírito, como prefere Vauvernagens – tem sido objeto de belas frases, desde os dias de Cipião até os de J.G. Zimmermann; é, na verdade, o antídoto de nossa “ entourage”, do danoso efeito de nossa época e de nossa raça; é como a ausência, que, como diz o provérbio, extingue as pequenas “paixões” e inflama as grandes; para aqueles que pensam com os outros, tira todo o poder do pensamente, mas muita coisa oferece aquele que pensa por si mesmo. “ Homo solus aut deus aut daemon” é quase uma meia verdade. “ Vae solis!” é , evidentemente, profissional e “Solidão, onde estão teus encantos?” é um estudo poético...”

Richard Burton, pág 67 – Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico.

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