domingo, 15 de maio de 2011

Abandonar o navio!

Expressar tudo que sinto em palavras cibernéticas é impossível. A reprodução catastrófica de um mundo em que o fim é o próprio presente, é suficiente para nos desanimar e pensar que o futuro não passará de um amontoado de cinzas. A babilônia cada vez mais caótica, segue o padrão ridículo utilizado no século XX de destruir para depois questionar. E a cidade cresce com avenidas, retirando os moradores de suas casas e colocando carros. Robert Moses na década de 50 fez o mesmo que hoje com orgulho, o responsável maior pelo caos urbano faz. Lacerda se orgulha de substituir gente por carro, e ainda diz que o Brasil é o país do futuro. Futuro? Qual? O futuro baseado no século XX, o século onde ser humano atingiu o máximo de sua burrice, e hoje, um século a frente , tenta a todo custo mudar algo com o enganoso discurso do ambientalismo verde que na verdade representa o enriquecimento mais rápido de algumas pessoas ao passo de que o mundo, nossa Mãe Terra continua sendo devorado por um instinto perverso e sem sentido. Olhai-nos então para novas energias limpas, e de que adianta não mais poluir o mundo com a queima de seu sangue negro, se continuaremos mesmo com toda a tecnologia a sermos escravos?

O séc. XXI traz a possibilidade de finalmente nos tornamos livres, mas para isso muito falta a se fazer. O Brasil segue a burra lógica capitalista de destruir para depois pensar. Destruir para depois concertar. Isso é uma das coisas mais bárbaras que o homem já criou , e hoje ao imitar um sistema falido e comprovadamente destrutivo, seguimos o mesmo caminho daqueles que se jogam ao abismo, mas felizes por isso. Já dizia o velho deitado, “Galinha que acompanha pato, morre afogada.” E não é isso que estamos fazendo? Nos afogando, acreditando que seguir o pato é o caminho óbvio do eterno progresso em busca de um fim menos catastrófico. Acreditar que o meio ambiente, essa balela que te contam sobre o verde, é o suficiente para mudar o mundo, é como um navio que navega em rumo ao pólo sul, e quanto mais frio faz, mais a tripulação reclama com o capitão, pedindo cobertores para se aquecerem, sendo que o mais simples seria simplesmente girar o timão e botar o barco para seguir rumo ao norte, para áreas mais quentes e agradáveis. Vivemos isso, uma ilusão de que a salvação não está em mudar o rumo, e sim em nos aquecermos com a tecnologia maravilhosa que dispomos. Enquanto o rumo não for mudados, seguiremos aconchegados e quentes, rumo aos icebergs que um dia nos afundarão, e congelados de frio pensaremos, porque não mudamos o rumo?

Seguir o caminho do erro é a maior burrice que se pode fazer, e fazer disso um dogma alienante como fazemos, é atestado de ignorância. Bárbaros foram os homens que um dia ousaram enfrentar o poder, com sua própria cultura, que para os ditos donos do sistema, só poderia ser uma coisa bárbara. Mas a barbárie não é o fogo e o caos que nos disseram, isso é apenas o nosso cotidiano. A barbárie é negar a existência da babilônia e se mostrar suficientemente forte para criticar, pensar e lutar contra isso. Sejamos então todos bárbaros, e que em hordas possamos mudar mais uma vez tudo isso. A força é a única forma que o capital usa para se defender, então, plagiando pensamentos coletivos vos digo: Para combater o feio tem que ser horroroso. Destoe, liberte-se, torne-se um bárbaro. E lute não pelo cobertor, e sim pelo novo rumo.

To frustrado, mas nos próximos dias na Amazônia, a reflexão e o afastamento da babilônia me libertarão um pouco do navio que segue eternamente rumo a autodestruição.

Dê-me então um bote salva vidas, que eu vou fugir.

Um comentário:

Cris Madeira disse...

Nòoo!!Boto fé demais!!!!!!
Ótimo esse texto!