segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dias de São João !

Tudo começou numa terça feira e terminou exatamente dez dias depois. A tranquila capital paraibana, se mostrou um bom lugar. Cheguei as 20h na rodoviária, vindo de Natal tão perto dali, minha segunda cidade. Aquele ambiente rodoviário trouxe-me a sensação de transito intenso, mesmo que não fosse. Era um lugar de movimento, de cheiros e sons. Sair da rodoviária e caminhar os poucos metros que até a estação de ônibus, foi de uma rápida e interessante constatação: Aquele lugar era sempre assim. Pois em janeiro do ano passado, havia passado ali,em viagem contraria, indo de encontro a Natal. Ali o churrasquinho e as frutas, ecoam junto do gritos dos motoristas alternativos que lhe oferecem Campinas e Patos. A mochila nas costas, grande e volumosa era o álibi para que eu fosse bombardeado com incessantes ofertas de destinos. Mas eu já havia chegado aonde queria, e logo tudo estava calmo dentro do ônibus que me levaria a casa de minha amiga.

Dentro do ônibus urbano, atravessando avenidas de nomes comuns, senti aquela sensação de desconforto, ao se ver sem saber aonde está. Ali no caminho sabia que deveria descer dois pontos depois do Carrefour, e rapidinho as ruas foram passando em um continuo conhecer. Logo me levantei e fui para frente do ônibus querendo entender se era ali meu ponto. A ali estava ela, Marina, minha amiga que em agitar de braços sinalizava para eu descer. E daquele momento até a quinta em que partir, eu virei João Pessoa. Num piscar de instante no dia, cheguei em um animo incomum, porem festivo e feliz. Havia uns dois meses que não via Marina, e minha ansiedade para desfrutar de nossa amizade, me levou a um êxtase de tranquilidade, ao saber que ao lado dela estaria feliz e seguro. Pouco tempo depois estava de novo dentro de um ônibus, indo a bela praça Anthenor Navarro, na parte baixa do centro da cidade, coisa velha. Naquele lugar, havia uma pequena multidão, que perambulava subindo e descendo escadas nos bares que naquela noite em especial, estava abertos e com bandas tocando. Era um ambiente incrível, de festa, de alegria, em plena terça feira. Um festival de musica acontecia, e antes de curtir a noite, fomos a barraquinha da Ediglê, que vendia comida na porta de sua casa. Um purê de macaxeira com carne seca tem o poder de te alimentar de uma forma inacreditável. É pesado mas não pesa, alimenta. E forte na noite, a cerveja barata cai melhor ainda.

De repente em meio a uma confusão de festa, fui apresentado a inúmeras e incríveis pessoas, que a principio pareciam apenas mais algumas na multidão. Me enganara pois essas pessoas me ajudaram a curtir os dias mais incríveis dos últimos tempos, em uma harmoniosa convivência no rock. E aquela lugar amarelado pelos postes, se tornou um lar. Praça, festa, cerveja. Combinação que me inspira por me lembrar da boemia que tanto ilustram nossos grandes escritores. Era por fim, o inicio de uma intensidade. Mais que dias de rock, foram dias de aprendizado, pois minha cabeça geografia pira em qualquer paralelepípedo da rua. E nessa intensa convivência noturna, Jampa mostrou-se quase vampírica, mais noturna que diurna, mais viva que morta, em plena madrugada. E no espetáculo da hipnose, que nos leva a fumaça nobre da planta proibida, tudo se passava em um tempo quase estático, e mesmo a forte chuva que fazia a multidão se espremer em espaços de mais multidão, mal existia em minhas sensações. Era o lá fora molhado, e dentro dos bares, o bailar enfumaçado.

Ecoando a grande distância, estavam as minhas lembranças dos rocks passados, e absorvendo todas as sensações na memória, vibrava ao perceber que fazia aquilo que mais gostava, com uma pessoa que admiro e cercado de novos amigos. Noite rápida e intensa, e ao mesmo tempo, lenta e tranquila. A endorfina do fim da noite, depois do cansaço do longo dia, me deixou flutuando, em uma onda boa de energia. E aquele lugar desconhecido e novo, parecia pra mim aquela casa da tia que você quase nunca visita, mas que conhece bem. Os dias se seguiram em um mesmo patamar, em alegrias e descobertas, em encontros e reecontros, com os mesmo lugares e pessoas, com a mesma felicidade em João Pessoa. Dias que levarei para sempre, porque representam mais que um passeio, uma diversão. Foram dias que guardarei na lembrança, dias esses de São João!

Nenhum comentário: