Naquele dia o frio era ralo, uma blusa de frio era a vestimenta ideal. Quando o relógio nos dizia ser quatro horas da tarde, subi num ônibus com destino a ilha federal onde encontraria o resto do pessoal para seguir com destino a uma viagem, na qual seguindo trinta quilômetros a sul me levariam ao famoso, desconhecido e intrigante Barreiro. O destino era o encontro com uma pessoa que faz toda a diferença no mundo, e que por isso, não se pode permitir o desencontrar. Cercado pelas grades que separam o mundo real da ilusão estudantil, aumentávamos nossas percepções, em uma conversa geográfica, donde tratávamos de pensar o real incrível. Nesse descontrolado ir e vir das maquinas em prol do nada, pagamos pelo transporte coletivo, local de desconforto e martírio, e passamos quase uma hora em pé proseando acerca de nossa própria situação. Choro de corno manso.
Até que deu a hora de descer, e num saltar despercebido, fomos para o lugar que era o certo, mas que pensávamos ser errado, tendo então trocado de rumo e seguido caminho reverso. Na Rua dos Atleticanos, demos condição da derrota. E num perguntar de informação, nos disseram que era lá no antigo caminho, o certo chegar. E lá fomos seguindo certo, graças a São Domingos, que nos levou em subida até a rua procurada. E num trecho de bairro havia um bar. Bar que destoava, chamava atenção. Cercado de moradias mineira, era o gosto do povo, expresso
Certo que nesse passeio, onde o final foi motivado pela crise do deslocamento, acabei-me por me embriagar, e em alcoólica euforia desisti da volta. No cantar do galo, cheguei de madrugada à estação Barreiro, e no aguardo do ônibus desembolei a criticar. Questionei o porquê de não ter ônibus, para logo depois pegar um. Acabei rodando de estação em estação, de ponto em ponto, e na longínqua e mitológica estação Diamante, consegui um transporte para o centro da metrópole. Centro é lugar tranquilo, seguro. Não temo o coração da metrópole, pois é certo que lá, tem gente vigiando. E ai perambulei no projeto de Reis, até que no virar de esquina, o 2215D me aguardava, já sabendo de meu cansaço. Depois em cochilo, viajei até a Pampulha onde vi o nascimento do sol, por de traz das montanhas mineiras. Fazia friozinho de alvorecer. Começo de dia. Quinta feira.
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