domingo, 22 de maio de 2011

Verde Ambiente

Existe hoje em dia no mundo que vivemos uma forte cobrança pela preservação do meio ambiente, de modo que plantar uma árvore se transformou em um marketing verde que mascára todo o processo destrutivo ao redor. Ao pensar no tema meio ambiente, a palavra Amazônia é a primeira a aparecer na cabeça, como sendo o santuário máster de proteção. Claro que a Amazônia como um imenso e gigantesco ambiente de luta constante pela vida, virou o xodó da ala ambientalista, que defende a todos os custos com unhas e dentes uma única plantinha que seja. Bem claro que a Amazônia tem que ser defendida e protegida, porque pela sua importância no contexto global, qualquer alteração em grande escala, irá interferir em nossas vidas como um todo, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância.

Essa é a terceira vez que venho a Amazônia, já estive em Rondônia onde ela é muito devastada, no Amapá onde ainda é muito preservada, e no Pará e no Amazonas, locais onde a Amazônia sofre inúmeras intervenções, mas sua gigantesca área, é ainda no geral preservada. Aqui na Volta Grande do Xingu, existe em algumas partes pequenas fazendas com pastos de não mais que 5 hectares de área, em sua grande maioria localizados nas margens do Xingu. De dentro do rio, navegando com a voadeira, ao observa esses pastos, um sentimento de raiva surge do inconsciente, nos lembrando do quão filhadaputa tão sendo ao desmatar a floresta para por gado. Essa raiva criada pelo discurso de proteção total da floresta Amazônica, é interessante porque te leva a questionar o porquê dessa criação de gado aqui no meio da floresta, mesmo sabendo que ele é para o próprio consumo da população da região. Na voadeira hoje pela manha, a observar a imensa e intransponível “mata ciliar” do Xingu, vi um desses pontos de pastagem e percebi o quanto aquilo ainda era insignificante perante a imensidão da floresta. De repente me vi ai na região de BH, nas zonas rurais de Minas e percebi que ai ocorre o contrario. Em meio a grandes pastagens, algumas e insignificantes manchas de mata aparecem na paisagem.

E ai fica uma duvida? Será que nós moradores do sudeste, principalmente das Gerais, não estamos preocupados demais com a longínqua e mítica Amazônia, e nos esquecemos das nossas próprias matas? Poucas vezes vi alguém defendendo as matas de Minas, talvez agora na luta pela preservação do Gandarela. Sempre vi e ouvi o discurso de preservar o verde e preservar a Amazônia, mas a Amazônia é algo muito além do que podemos como mineiros, preservar, e levando esse pensamento adiante, porque não começarmos a pensar em proteger mais e mais a nossas matas?

Hoje como geógrafo, me vejo como uma pessoa que “tem” o poder de tentar interferir um pouco nessas coisas, e pensando que o verde não está só aqui na Amazônia, por que não pensar, repensar e preservar as nossas poucas matas? Por que quando vemos uma pequena mancha de mata atlântica cercada por pasto não nos sentimos mal, e ao ver uma pequena área desmatada da Amazônia achamos fim do mundo?

São apenas duvidas e questionamentos sobre algo que a todo instante nos é bombardeado. Preservar a Amazônia.

Preservar é mudar hábitos e mais que isso, lutar por aquilo que se acredita. Eu acredito que nada vai mudar, então desisto. Falou fui!

Nenhum comentário: