quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A chuva volto

Nesses últimos dias em que me senti um pouco depressivo, me vi uma pessoa muito negativista, muito pelo fato de estar lendo dois grandes pessimistas Schopenhauer e Nietzsche com uma pesada carga de Foucault. Estava ficando mal, pensando apenas num fim próximo, de crises terríveis, com certo tom de apocalipse, crendo num desacerto. Mas ai veio à chuva, e tudo mudou. De repente ouve um aumento de vida na cidade, a chuva não só limpou o ar, como fez com que a vida voltasse a proliferar na Bhbilônia, e toda aquela onda negativa que rondava minha cabeça meio que sumiu. Mais vida no ar. As árvores renovam suas folhagens, dando mais oxigênio para gente respirar, mais sombra pra gente descansar. Pensado na mitologia cientifica que sigo, há um aumento de energia na Bhbilônia, e não só um aumento real, mas também com mais presença de um outro tipo de energia, a energia da vida, muito diferente da que geramos com a queima do petróleo por exemplo, que por ser resultado da queima do excedente solar absorvido pelas plantas a milhares de anos atrás, já passara por uma enorme transformação. A energia da vida, essa energia que se consolidou em matéria a ponto de se auto-conhecer, surge por toda a parte, numa explosão de força da energia que ainda não é totalmente controlada pelo homem, ao qual demos o belo nome de Natureza. Natureza é uma energia cheia de significado em nossa cultura, mas que hoje foi completamente esquecida, ou comercializada. Virou fetiche, e deixou de ser assustadora, pois no cotidiano metropolitano, estamos bem longe dela. Por estarmos a 800m de altitude, não temos o privilégio de trocar energias plenas com os ambientes feitos pela própria energia livre, como se pode trocar no mar, então fica mais difícil ainda de respeitar essa energia que cremos dominar.

Mas ai veio a chuva, e tudo volta, e o homem acostumado a 100 dias sem as tempestades, volta a crua realidade de que ele homem metropolitano, não tem poder algum com o que vem do céu. Deus está sempre no céu, porque de lá ele pode liquidar alguém com seus raios, e por isso é preferível que o um deus que se tema, viva no céu. Céu que auxiliado por complexas trocas de energia entre o planeta, o oceano, os ventos, o sol, e todo o universo com suas leis, cria uma ferramenta perfeita para amedontrar e contra atacar os homens. A chuva tempestuosa. Ventos fortes derrubam árvores, que param o transito, folhas arrancadas pelo vento também caem no chão e entopem bueiros, alagando as ruas, e parando mais ainda o transito. O caos está armado e as pessoas já começam a praguejar aos céus, quando o Céu lança seu ataque mais violento, uma descarga elétrica resultante de uma troca de energia entre o céu e a terra, outra Natureza que pode atacar o homem. O raio tem uma energia inacreditável, talvez resultado do ódio da natureza, que aparentemente quer destruir o seu principal inimigo. Ao cair o raio queima o sistema eletrônico que encoléra a energia, e a liberta gerando revolta dos escravos.

E foi por causa da revolta dos escravos no muro de lamentações virtual, que percebi que não sou negativista, e que estava errado ao pensar que o fim se aproximaria com a crise. A Natureza tem um poder de recuperação e de ataque muito altos, e acho que o homem ao perceber que as tragédias são causadas muitas vezes por negligenciar esse poderio, ou simplesmente esquecer que exista, vai começar a respeitar de novo, a pensar que ele nunca vencerá a Natureza e quem sabe voltará a viver em acordo. Os escravos choram e lamentam-se pelas enchentes, pelos desabamentos, pelos raios e principalmente pela falta de luz. Sem luz o homem perde muito de sua soberba com a energia, porque quando a coleira arrebenta e a energia escapa, ele senta e chora. E ao perceber as tantas lamentações virtuais, cheguei a conclusão que eles, todos os escravos é que estão errados, todos mais negativistas do que eu, pois perdidos em milhares de obrigações, esquecem da Natureza, esquecem da vida, se deixam levar pela corrente, e não aceitam que não funcione como é propagandeado pelo sistema. Choram e reclamam de tudo, querem processar a empresa detentora da energia, mas ao mesmo tempo ficaram 100 dias sem ao menos lembrar que a luz existia. que aquele milagre tecnológico é muito frágil e que os homens são meros acasos no jogo, pois há uma imensa estrutura lá fora, pronta para atacar.

Passei então a pensar que no fim nós é que perderemos se não mudarmos, e acho que o homem não gosta de perder, creio então que há ainda solução e quem sabe um dia viveremos com todo esse domínio de energia, com toda essa Natureza a nosso favor. Dominar a energia não é simplesmente encoleira-la em ipads, nem deixando-a escapar queimando petróleo. O negócio é agir junto, pois imagina sentir toda a energia de uma tempestade, de um furacão, de tornar isso uma ajuda, um proveito, não uma catástrofe, não uma tragédia. Tá na hora das pessoas perceberem que elas tem reclamado tanto, mas tanto, que vão querer mudar alguma coisa, to muito otimista quanto a isso, mas num certo sentido como uma falsa ilusão, só pra ficar menos chato.

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