sábado, 19 de novembro de 2011

Deriva(S)Ativa

Derivar experienciar as possibilidades existentes na Bhbilônia, experiência essa como antítese do hábito. Estilo parque de diversão, curtir os “brinquedos” urbanos sem medo deles. A viagem de andar a noite pelo baixo centro sem medo.Curtir a assustadora montanha russa. Uma garrafa de cachaça é necessária para fazer a deriva. Não pela embriaguez, mas para entrar na onda do baixo centro, a onda eufórica alcoolizada de dispersão de sentidos que o álcool causa naqueles que vagam pela várzea. Sem o álcool não há como adentrar ao culto, e assim ao invés de derivar, irá se passar por um antropólogo urbano, o que não é o que buscamos com a prática da deriva. Sentir a cidade e o que ela transmite levará a um conhecer mais intenso do lugar, em uma experiência possível porém desvalorizada pelo medo dos ratos que habitam o lugar na noite. Consumir o que não é vendável, a cultura desvalorizada da várzea que não é vista como mercadoria, porque não se vende, é feita dos últimos homens que buscam a liberdade, nem que a custa de passar uma noite em claro, longe dos adestrados habitantes que em pesado sono, vagam por sonhos que nem eles mesmos criaram, sonham representações abstratas de uma vida melhor em relação ao próximo, com riquezas inúteis para ostentação. Os varzeanos vivem a liberdade noturna, de viver um espaço renegado a homens corajosos, pois ali é a região dos medos ocultos, onde uma pessoa classificada como “de bem” não pode ir. É como um condomínio fechado de luxo ou uma favela, só quem vive pode ter acesso. E é isso que buscamos com a experiência a ser feita pela várzea do Arrudas, região do baixo centro, uma experiência em uma territorialidade oculta na noite, exposta sob a luz laranja que tinge os varzeanos, para curtir um lugar “proibido” da cidade.

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