sábado, 21 de abril de 2012

A incrivel estória de João Meteoro

Noite de chuva de meteoros...Pede um pouco de atenção...se olhares o céus agora, irão entender a questão... O que quero dizer é mais que uma estória, é uma outra visão... Era noite de abril, noite de friozinho e céu estrelado, e na janela um menino de olhar curioso, via as estrelas em cadente dançar. Não entendia muito bem aquela dança, aquele movimento estrelar, celestialmente intrigante, mágico, confuso, fascinante. E naquela novidade noturna, do susto ao desejo passou João. Naquela época, João tinha apenas onze anos de idade. Sabia que quando uma estrela caia do céu, era hora de se desejar pedido. E João desejou. Profundo. E do céus veio o seu desejo, quando na manha seguinte, em pleno quintal de casa, nos fundos perto da jabuticabeira, uma imensa pedra de ferro e níquel apareceu. Era um incrível meteoro, pedaço de céu, de tamanho nunca visto antes, pesava cerca de trinta quilos, e tinha o tamanho de uma bola de futebol. Era uma rocha avermelhada bonita, que chamava a atenção pelo brilho que tinha. João encontrou a rocha, e sabia que seu pedido tinha sido atendido. Ele queria muito encostar no céu, queria muito saber como ir até lá, e para matar um pouco da curiosidade de como era o universo lá fora, lhe foi dado uma amostra, uma pequena prova, que existe algo além desse céu. E no seu imaginar, foi-se perder em mil idéias e aventuras, até encontrar a mãe e o pai no almoço, e ali , naquela humilde casinha, no interior do sertão perdido da grota do vau d’água suja, lugarzim miserável que por um acaso de sorte, havia se tornado famoso na televisão. Ouvia-se na cidade, o que se propagava, que uma chuva de meteoros havia de atingir a região, e não é que lá no grotão d’água suja, perdido no sertão, havia um imenso meteoro, incrustado no chão. João mostrou a seu pai, que mostrou pro tio, que mostrou pro primo, que chamou o avô, que veio com pá e enxada, mas estava afundado na rocha, por causa do choque e do calor, foram necessários mais de cinquenta homens, dás quais sem sucesso, apelaram para um trator. E por mais que fizessem força, nada daquilo adiantou, havia da pedra estar presa ali, o que de toda a historia, foi o que mais influenciou. E logo que a noticia se espalhou, foi espalhada a noticia da vinda da televisão. João ficou alegre, fama ilusão. Sua imaginação não podia acreditar quando viu o que realmente era a televisão. E quando viu que a repórter, e o câmera eram homens comuns como ele, ficou desencantado. Mas virou o mascote do evento, João do Meteoro. E como a rocha não saia dali, o povo foi até lá. E logo a casa de João era um centro turístico, o governo havia investido dinheiro em toda a região, estradas foram asfaltadas, pontes refeitas, obras nunca vistas em todo sertão, e ali na grota suja, o desejo do menino começava a se desfazer. Não queria mais aquela gente, que começava mais e mais a chegar só para ver, aquele pedaço de céu. E a grota virou vila, e logo virou pólo nacional. Aparecia nos jornais, novelas foram feitas, filmes encenados no vilarejo que agora vendia chaveirinhos e tinha até orelhão original, feito no formato do meteoro. O do João, que agora aos quinze anos, vivia como guia de excursão, levando gente pro quintal de sua casa, vindas lá de São Paulo e do Rio, político, jogador, ator de televisão. E discursava a mesma historia, e contava que naquela noite de abril, havia ocorrido uma grande chuva de meteoros, e que por uma incrível coincidência de acaso, havia de ter sido ali, naquele quintal que um meteoro veio cair. E contava de como foi bonito, da explosão que se deu, do barulho e do brilho, e todos ficavam contentes, e compravam camisas, e chapeis. Lembrancinhas do João. E João trabalhava mais e mais, e fazia todo dia à mesma coisa, e se enjoava; e não podia descansar. Porque nos áureos tempos da mitificação dos espaços pelo capital templário, esse cavaleiro medieval que busca levar a fé aonde ela não existe.Que para isso, constrói igrejas pelos desertos, e os tornam sagrados, atraindo os peregrinos, as milhares de pessoas que compram indulgências em lojinhas especializadas. E assim João que nunca buscou aquela fé, viveu por ela. Até que um dia, quando tinha quase 20 anos, já esquecido pelo tempo, viu outro meteoro cair na região. E ai lembrou daquele tempo, de como fora construída a sua vida, de todo o processo, e resolveu copiar. Correu atrás daquele meteoro, e o encontrou em meio a um curral. Dessa vez o desejo veio maleável, e do tamanho de uma laranja, era possível de ser carregado. E logo teve uma idéia, e pegou sua moto, saiu da grota que agora já não era mais grota nem vila, se tornara Cidade de Belém. Lugar famoso em revista, pólo mundial durante uns anos, hoje vivia o sucumbir de uma moda, a ruína de uma imposição. E João seguiu até outro grotão, não muito longe dali, lugarejo abandonado, por não ter nada a servir. Era o Vau da Vaca Mansa, e no pé da serra, numa noite sem lua, outra noite de abril, jogou a rocha na igreja, que quebrou e se partiu. Uma parede rachada, e logo a noticia se espalhou. Um meteoro havia atingido a igreja, e a TV logo chegou. João já era esperto, e já trouxe os chaveirinhos, havia algumas camisas também, montou uma barraquinha, e logo se deu bem. Sabia que em breve o capital templário mais uma vez iria aparecer, e com sua espada, abriria estradas, traria comércios, peregrinos, turistas. E logo sua pequena vendinha, era a maior loja da região, e João do Meteoro, aos vinte e de dois anos, era o maio empresário do sertão. Ficara famoso de novo, mas se cansara da fama. Vendeu sua empresa no auge, trocou de profissão, mudou pra outro grotão sem fundo, final de estrada do sertão. E lá numa noite de abril, numa noite de solidão, em meio a uma avalanche de sentimentos, olhou para o céu João. Viu então mais uma vez, a sina de sua vida, e um meteoro atravessou o céu e foi cair bem no monte que cercava sua casa. João pensou e pensou, e dessa vez não foi atrás da rocha. Deixou-a perdida nas serras, deixou-a descansar em paz, porque afinal só havia de acontecer uma coisa com aquele pedaço de céu. Virar santo. E atrair gente, e o dito progresso advindo disso, que se mostrava cada vez mais e mais ilusório, porque sempre que o progresso sumia, a melancólica decadência começava. Deixou então queto toda sua historia com o universo, e mesmo sem olhar as noites , vira sempre muitos meteoros, que passaram em sua frente, em forma de vida. Viveu em meio à mata, entocado em canto de serra, para não ver o céu, que lhe angustiava enquanto vivo. Mas morreu cedo, vitima de um acidente raro, fora atingido em cheio, por uma rocha do espaço. João Meteoro mesmo sem querer, virou registro nos livros de curiosidade, bobeiras em comerciais, reportagem de teve, e mesmo morto, famoso sem saber. Piada e exemplo, e sua vida virou filme, música, livro. Fora um 1º abril, e nos jornais do Brasil a manchete dizia: “JOÃO METEORO, uma vida meteórica, que ironia!”

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sexta é feira!

Sexta feira à tarde, fim de expediente,
A cidade arde, e eu aqui incontente,
Cansado da semana
Querendo uma cerveja
Rodar de bar em bar
Sempre tomando a saidera
Hora de sair de casa
Eu vou descer pro centro
Mas a Bhbilônia ta muito osso
O transito ta lento
Alias não é transito
É falta de movimento
É um caos motorizado
chamam-no de congestionamento,
Lamentos,
Insensatos corações
Insatisfação explicita
Centenas de orações
Para ver se descomplica,
Se tem alguma solução
Mas o que pega agora
É o calor dentro do busão,
Ilusão,
De pensamentos
Enquanto todos jogam praga
Eu vejo o meu divertimento
Chegar ao centro
Depois de todo tormento
Uma cerveja gelada leva ao sagrado ato de ressurgimento,
Do meu humor
Que andava mudando de cor
Ficando pálido
talvez cinzento
A noite é fria, laranja, calada e escura
E você dentro de casa tem medo da rua
Alguém lhe disse que ela não é segura
Só é perigosa porque é deserta
Então bora fazer uma coisa certa
Chamar a galera para jogar bola
De madrugada a rua ta legalizada
Não tem carro, não tem transito
Só tem a amizade
Vamos voltar a brincar a fazer molecagens
Ta faltando um pouco disso nessa cidade
Deixar de aceitar os bares como única opção
De diversão
Ou ver televisão
Ta osso, domingo sempre tem Faustão
Então preste comigo um pouco de atenção
Vamos jogar bola, brincar na escuridão
Expulsar ladrão
Só com movimentação
De uma galera é prol da diversão
E a felicidade
A tal liberdade
Já que a temo(s)
Por que não exercê-la a nossa vontade?
Voltando aos bares,
Na noite varzeana do centro da cidade
Me enlouqueço em diferentes lugares
Ambientes e pessoas diferentes
Torresmo, lingüiça, queijim e aguardente
A solução é o controle da mente
Não esquecendo do inconsciente
Ciente de que tudo isso é
Praticamente
Uma forma de fugir da escravidão rotineira
De sair das regras e ficar de bobeira
Segunda, terça, quarta feira
Toda quinta tem NaTora!
Não esqueça da fogueira
As vezes quero embora
Mas não tem como
As empresa de balai ganham milhões
E eu com sono
Esperando o D
Que nunca virá,
Só às seis horas
quando o dia clarear,
Preu ir embora
E descansar,
Porque vem sábado
E tem mais rock pra rolar,
Aqui em beagá
A capital dos bar...
Oce conhece?
Fica pertim sô
Duladim di Sabará!

domingo, 15 de abril de 2012

Sobre homens de fé

Sobre homens de Fé

Naquele instante de noite, descia de norte rumo ao centro dentro de uma caixa metálica que se deslocava a 60km por hora, sobre concreto e sob a luz laranja. Os postes iluminam a imensa avenida, ofuscando a sombria idade da pedra dos arredores. Enquanto os homens sem alma vagam pelo centro em cambaleante zumbizar, eu sigo em alegre sensação ouvindo música dançante. James Brown combina muito com todo o cenário da metrópole alaranjada. No centro, salto da grotesca maquina de deslocamento de massa, que leva o mineiro as minas, de onde tiram seu sustento todos os dias. A fome me levou ao templo maior do varzeano, e no Malleta adquiri o primeiro torresmo da noite. Um gole em uma cerveja gelada, transforma todo o amargor da cidade em prazer por ela existir. E ali começo a noite encontrando amigos, seguindo caminhos, indo aonde minha vontade me levar. Na baixa Bhbilônia, aprendi a andar entre os sonhos dos que dormem nos poleiros sobre nós. Os prédios resmungam cores abstratas e sombrias, acima da luz laranja que nos ilumina ali na rua. Num canto de quarteirão, uma pequena sala dava espaço a um culto evangélico, que soava em musica e cantoria, louvor e adoração. Era exatamente aquilo que buscava ali na várzea, as mesmas vontades que aquelas pessoas, os mesmos prazeres, as mesmas sensações. Assim como o crente, busco na várzea a minha salvação, a minha alegria, a minha diversão. Decidi então ir a um bar fechado, desses que se tem que pagar um dízimo na porta para entrar, e lá dentro louvei religião varzeana, que valorizo e a distingo de todas as outras, por acreditar que ela é feita de arte e cultura. Nada mais que uma religião, ou uma tribo, ou mesmo um grupo na sociedade metropolitana, tendo a acreditar que sou superior ao crente, por achar que ele busca na sua ignorância apenas a salvação. Porém mais do que a salvação, ele também busca a arte, a musica, a dita cultura. Ele sai de casa e se arruma da melhor forma, porque quer se sentir bem para pratica do culto, assim como eu. Da mesma forma busco um lugar com pessoas conhecidas, um coletivo que busca a mesma coisa, esse sentimento de grupo e união tão gostoso que faz do ser humano ser o que é. E eu que julgo gostar de musica, percebo que os que os crentes mais gostam é de cantar os hinos, da mesma forma que cantamos os nossos hinos quando alguma banda ou um jukebox qualquer os toca. Nada mais interessante no ser humano que a capacidade de buscar as mesmas coisas por vias diferentes, e na metrópole são tantos os caminhos que julgamos crer que há homens que estão perdidos, ou na contra-mão. Mas no fundo todos estamos ali, entrando no Templo Maior, no Mineirão, no Maletta, em busca da mesma coisa, em busca da mesma emoção. A adrenalina gerada por um gol, por um beijo ou por um grito de um pastor eufórico. O abraço de um desconhecido no estádio, o trombar dos bares lotados, o louvor de mãos dadas. A mesma troca de energia, as mesmas euforias, é o que é buscado.

Com arte, a igreja Católica se tornou dominante de tudo, porque não só de pólvora e fogueiras viveu o mundo. A arte é o algo incrível que é, por que é o que toca o homem. É o que lhe mais exprime sentimentos. Não é atoa que Michelangelo, Aleijadinho, e tantos outros gênios do mundo, pintaram e esculpiram para a Igreja, e que igrejas. Construções monumentais que perdidas no mundo rural pré-bhbilônico, destacavam-se em beleza arquitetônica. Pedras empilhadas que resistiam à gravidade de uma forma tão magnífica, que era claro que as pessoas iriam admirá-la ao entrar dentro dela. E dentro havia pinturas, esculturas, ouro reluzente, estátuas, e toda uma gama de arte espalhada para impressionar, e os homens sentiam-se felizes em ir naquele lugar tão bonito, que hoje em geral virou museu de turistas. Não só a arquitetura e as pinturas faziam parte das igrejas, mas toda uma gama de cerimônias e eventos que atraia as pessoas, pois a igreja era reunião. E ai nas distancias das roças, a igreja reunia centenas de pessoas, para juntos e em comunhão, cantarem musicas, se abraçarem, desejarem coisas boas uns aos outros. O teatro dos padres representando a cena mais encenada da história, por dezenas de milhares de pessoas ao longo de quase dois mil anos, o ato de partir o pão e beber o vinho, que também leva ao publico que o vê a arte da encenação. Quantas peças não eram feitas, quantas procissões e outros eventos de grande porte que levavam centenas de pessoas a se reunirem e atuarem não aconteceram? Obvio que as imposições, guerras, genocídios e tudo mais não podem ser negados, e não nego a moral dos escravos. Porém, mesmo hoje é possível ver que as pessoas vão ao Templo Maior e doam dízimos ao pastor, porque lá é um lugar muito bonito, uma construção gigantesca que se fosse um teatro, seria para os ditos cultos, bem melhor. Se o Templo Maior fosse um teatro, não haveria restrições para que ele fosse construído, mas por ser fruto de uma igreja capitalista, lavagem de dinheiro explicita, se tornou um local maldito da cidade para aqueles que não cultuam ou professam a mesma fé. Pagamos dízimos para times de futebol e para o governo para assistirmos a um jogo, do mesmo modo que os evangélicos doam dinheiro para a igreja. O que queremos é ver arte, uns pagam adiantado, outros parcelados, as desculpas são as mais variadas, mas no fundo só queremos cantar nossos hinos, louvar nossos senhores e abraçar amigos e desconhecidos.

Desde os tempos em que conheci a Cidade das Almas, nunca mais deixei de acreditar que o que o homem busca é apenas diversão e arte. Comida e saúda vem como determinantes básicos. Os pobres homens bhbilônicos vivem enjaulados nas suas pobres e remotas diversões, nos poucos tempos para isso, nos poucos momentos. E ai não há como escolher outros caminhos, outras opções, pois do trabalho para casa, apenas um bar, um jogo, uma pelada, ou uma missa se tornam opção. Embreagado de felicidade no fim da noite, deixo o lugar de culto, feliz, festejando os amigos, e combinando o próximo encontro, o próximo culto. E ai temos que trabalhar para pagar o dizimo e enriquecer algum dono de bar, que vende a minha fé parcelada. No mais, claro que a imposição ideológica e social vária de culto para culto, e não temo em acreditar que o meu culto é o que possui a maior liberdade para viver na metrópole, mas também sei que assim como os crentes, eu também busco a salvação, sob a luz laranja da Bhbilônia. Salvação que está nas artes, nas musicas, nas apresentações, nas ditas culturas. Pois o que é a cultura, se não a reunião de costumes de uma mesma nação? Sou da nação dos varzeanos, metropolitanos noturnos, homens boêmios, e busco assim como os crentes, viver a minha cultura, os meus costumes, a minha tradição. Fé é comum a todos, pois somos homens cultuadores. Homens que necessitam de algo a mais, que a metrópole insiste em nos tirar, em nos fazer esquecer. Mas enquanto houver fé naquilo que eu fizer, sei que estarei a salvo do mundo, do além, de deus ou de quem vier. Só há a necessidade de respeito, pois havendo respeito há liberdade. Sob a luz laranja cultuo o desejo de viver e fazer sempre novas amizades. Ser igual e diferente, ateu e crente. Pois religião não se discute, se vive, sente!

domingo, 8 de abril de 2012

6/sextas

A moral de um mundo,
Onde há mais tecnologia
Que conhecimento,
Deveria ser voltada
Para a sabedoria,
Não para o adestramento.

A ética de um mundo,
Que elogia
A escravidão,
Faz do egoísta
O herói,
O amante, o vilão.

A felicidade em um mundo,
Hipnotizado
Pela televisão,
Tarja de preto
A alegria,
Epidêmica depressão.

A liberdade em um mundo,
Onde a democracia
É obrigatória,
Nada mais é que o fruto
Dessa repetição
Ilusória.

A verdade em um mundo,
Com tecnologia
De massificação,
É misticismo certificado,
Pelo poder da
Razão.

A mentira em um mundo,
Que acredita
Na razão,
É como conto de fadas,
Dita palavra
Da salvação

sábado, 7 de abril de 2012

Boulevard

Sexta-feira da paixão chuvosa, as pessoas tentam sair de casa, mas a chuva insiste em molhar. E molha a alma do pobre homem que não tem onde morar. Compaixão aonde que você foi parar? No bolso do cidadão, eleito para nos roubar. Sujeito de sorte, profissional da arte de furtar. E se colocar-mos aquele homem sem alma, o elegermos em seu lugar? Será que político tem alma? Será que ele irá vagar? Pelas ruas nuas e frias, da várzea de beagá. Enterraram o rio sem vida, chamaram de boulevard. Ignoram a idade da pedra, dos homens que vivem lá. No topo dos edifícios, brindam com champagne e caviar. Os tolos homens malditos, que necessitam sempre mais ganhar. E vivem no topo da cidade, cercados de um eterno lamentar. Das serras recortadas por maquinas, para ter a vida que você está acostumado a levar. Tecnologia tem preço, mas esse preço não há como pagar. Pois quando as serras sumirem do mapa, o que virá em seu lugar? Minas deixará de ser montanha, e se pá até vai ter mar. Superfície de aplainamento, só para gente passear. De carro pelo centro, sob o rio a navegar. Isolado dentro do vidro, salinha ambulante com ar. Lá fora os homens das pedras, se matam de tanto fumar. E ali dentro da salinha, o rádio insiste em chiar. São noticias de vida de morte,vindas de além mar. E você fica chocado, com tragédias de outro lugar. Enquanto um homem ao seu lado, insiste em lhe incomodar. Implorando piedade, uma prata para comprar. Mas não é para o leite, é para a cachaça o embriagar. Para que ele possa enfim longe dessa realidade descansar. E enquanto você coloca a cabeça no travesseiro, ele sonha em está no seu lugar. E o político eleito? Será que ele vai fragar? Que pro Brasil tomar jeito, ele tem que mudar. E será que é lhe dando o peixe? Ou lhe ensinando a pescar? Traga carinho e respeito, pois assim é mais fácil amar. E se falta amor e compaixão, o que nos resta em beagá? Apenas bares abertos, para que você possa sem embriagar. Só assim é que podemos, assim como os homens da várzea, ter a sensação de se libertar. Do caos dá cidade, do caos da vida moderna, de toda essa sensação que não sabemos lidar. O que precisamos é de um tempo, tempo pra poder pensar. Pois se não é isso o que queremos, porque vamos continuar? Essa pergunta eu lhe faço meu amigo, pois sem você não vou ficar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Respeitabilidade

Abstrata sensação de insatisfação com o universo, ou depressiva relação de incerteza com os versos...enfim, não é poesia, é protesto!

Caótica intransitável cidade.
Neurótica crise de ansiedade.
Pouca alegria pra muita maldade.
Muito cliente, pouca amizade.
Depressiva sensação de inutilidade.
Em meio ao caos da complexidade.
Mentiras, verdades, falsidade.
Políticos corruptos com credibilidade.
Escola, cursinho, faculdade.
Vida vivida sem vontade.
Palavras são ditas como a verdade.
E o erro está em crer na sociedade.
O erro é aceitar a infelicidade.
Censura de acordo com a sua idade.
Cultura é show no domingo à tarde.
A praça é apenas lugar de passagem.
Os encontros se dão na virtualidade.
Pessoas em busca de publicidade.
Saudosa será a privacidade.
Esconder-se será a melhor habilidade.
Num mundo sem mais sensibilidade.
E o amor? A onde se encaixa nessa mensagem?
Tá faltando, mas não é por falta de vontade.
É muita servidão, pouca liberdade.
Então deixa de bobeira deixa de bobagem!
Sorria pois hoje é o dia,
dia de Felicidade!

Respeitabilidade

Abstrata sensação de insatisfação com o universo, ou depressiva relação de incerteza com os versos...enfim, não é poesia, é protesto!

Caótica intransitável cidade.
Neurótica crise de ansiedade.
Pouca alegria pra muita maldade.
Muito cliente, pouca amizade.
Depressiva sensação de inutilidade.
Em meio ao caos da complexidade.
Mentiras, verdades, falsidade.
Políticos corruptos com credibilidade.
Escola, cursinho, faculdade.
Vida vivida sem vontade.
Palavras são ditas como a verdade.
E o erro está em crer na sociedade.
O erro é aceitar a infelicidade.
Censura de acordo com a sua idade.
Cultura é show no domingo à tarde.
A praça é apenas lugar de passagem.
Os encontros se dão na virtualidade.
Pessoas em busca de publicidade.
Saudosa será a privacidade.
Esconder-se será a melhor habilidade.
Num mundo sem mais sensibilidade.
E o amor? A onde se encaixa nessa mensagem?
Tá faltando, mas não é por falta de vontade.
É muita servidão, pouca liberdade.
Então deixa de bobeira deixa de bobagem!
Sorria pois hoje é o dia,
dia de Felicidade!

domingo, 1 de abril de 2012

Mitologia escrava ou Livros e a mágia

Na minha mitologia sobre o universo, há um capitulo separado para os livros. O livro, essa entidade mágica da engenhosidade humana, é muito mais que um papel com tinta desenhando símbolos aleatórios, é uma força poderosa de alteração de um ser humano. Pensando na evolução do homem, os povos que simplesmente anotarão as coisas, desenvolveram muito mais rápido num sentido tecnológico, das que permaneceram apenas na oralidade. Levando em conta que o registro e o conhecimento de simbolos, têm o poder de alterar seu estado de espírito, me faz pensar que isso tem um poder superior, uma onda boa mesmo que o livro consegue te causar. Digo isso não de qualquer papel com tinta, e sim dos grandes clássicos, das grandes leituras que se pode fazer dessa louca aventura num universo sem sentido, escrita por homens que vieram a esse planeta apenas para pensar nisso. E eles pensando muito sobre isso, conseguiram transcrever uma energia gerada com o raciocínio cerebral, em uma atividade física que se converteu em uma anotação, que anos mais tarde, em uma biblioteca qualquer, esse local de poder na sociedade que vivemos, eu consigo ter acesso. É interessante pensar que essa energia gerada uma única vez, é liberada toda vez que alguém a ler. Uma pilha de conhecimento, de raciocínio, que altera seu modo de viver, de pensar, de falar, de agir, de atuar nesse mundo espetáculoso. E assim, você descobre e aprende algo incrível que talvez nunca soubesse, simplesmente porque em algum momento você arriscou a obter uma carga de energia condensada por algum homem que transformou suor em magia. Em qualquer lugar do tempo e em qualquer lugar do mundo, a leitura de um clássico é uma das experiências únicas que existe na vida de um ser humano, principalmente para nós que somos do futuro, anos luz há frente de homens que sob a luz de velas, em precárias condições, colocaram em sua mão todo o poder que durante anos eles lutaram para conquistar, de uma forma simples e perfeita, te deram o poder de pensar. Escrever um livro nada mais é que educar, pois a partir do momento em que você altera o modo de agir e pensar de uma pessoa, você a guia para um caminho que talvez ela nunca iria. Por isso que às vezes da medo escrever, porque a gente tem medo do que aquilo pode virar. Mas é tão prazeroso, com a ajuda de um computador, transformar a energia que bilhões de neurônios estão trocando na sua cabeça, e registrar esse tanto de pulso nervoso em uma caixa virtual, formada por outros tantos pulsos elétricos, e poder armazenar em um mundo virtual, tão futurista que mal ainda entendemos, que fico pensando no quão difícil não foi para aqueles homens que contavam apenas a força braçal transformar tanta energia. Não sou agnóstico, e essa energia que falo é a mesma que a ciência classifica como a base de tudo no nosso universo; por isso é interessante pensar essa nossa mitologia cientifica que possui a mesma moral dos escravos fugidos do Egito, que há mais de cinco mil anos tentaram explicar tudo isso. Num turbilhão de pensamentos, de energia circulando ativamente, é que percebemos o que realmente somos e o quão evoluídos estamos em uma cadeia universal. E pensar que somos apenas energia que sabe que é energia, a mesma conclusão que chegaram aqueles escravos do Egito. Pobres homens que cansados de serem maltratados, resolveram tomar um remédio tarja preta para depressão, e olhando para o próprio umbigo, resolveram criar um deus que seria sua imagem e semelhança, pois assim eles seriam suficientemente por serem filhos de Deus. E cinco mil anos depois, numa coincidência programada, usando a mesma moral chegamos a mesma conclusão. Há então de se pensar que ciência é essa e a que queremos realmente chegar com ela, pois há riscos demais nisso. Cada vez mais, mais e mais livros com poderosa carga de energia acumulada de milênios de trocas estão por ai, e qualquer um pode conseguir obter esse poder. É tudo muito confuso, tudo muito abstrato demais, mas curiosamente interessante. Creio que há a necessidade da ciência utilizar-se mais de uma filosofia oriental, de uma religião como o budismo, que não busca a cura para o que ainda não existe, e sim para o fim de todo sofrimento humano. Estamos assim como os escravos do Egito, criando ilusões que chamaram de pecado, para depois vir com a solução, que eles em depressão criaram, um paraíso pós vida, ao lado de todo mundo e de sua imagem e semelhança, Deus. Estamos da mesma forma que os pobres hebreus depressivos que viveram a cinco mil anos, criando pecados, formas de nos matar, para logo depois chegar com a cura, uma nova tecnologia que vai te salvar. E assim caminha a humanidade,num rumo reto, rumo a um tempo que nunca virá, na eterna busca pelo futuro, pregando a esperança, pois esperança é tempo futuro, que nunca virá. Eis que poderíamos começar a pensar diferente, se não é mais interessante acabar com tudo aquilo que nos faz mal, parar de nos matar, e pensar que o pecado é simplesmente ter toda a tecnologia do mundo e viver como um escravo. Enquanto a moral do escravo hebreu não for contestada, enquanto continuarmos a sermos escravos, nada irá mudar, apenas algumas figurinhas que são as mesmas de sempre, pois não vieram para nos salvar. Não há salvação, e sim ausência de dor. Não existe paixão, ta faltando Amor! O grande Rei Davi, patriarca dos escravos, pedia a Deus quando tinha que sair na escuridão,diria: “Preservai-nos, Senhor,das coisas terríficas que andam à noite..." Rei Davi, não seria mais simples acender a luz? Temos a tecnologia para não mais temer a noite, porque ainda a tememos? Porque é mais fácil ter medo que acender a luz, é mais fácil orar que agir, e mesmo a ciência que se diz a Luz na escuridão humana, é apenas uma luz no fim do túnel, porque ela não consegue iluminar o túnel inteiro. Mas não é por falta de energia, é porque ela também acredita que para que ela continue brilhando, como um unico Deus, a escuridão precisa reinar. Coincidência ou não, hoje os humanos resolveram celebrar nossa ignorância, e apagar as luzes durante uma hora. Apagamos a luz e no escuro, começamos a chorar, pois para mudar alguma coisa, temo que repensar em como estamos pensando.



Um minuto de silêncio para você pensar...



Um salve a todos os homens, que em algum momento converteram sua energia cerebral em símbolos, que hoje milênios depois eu consigo absorver. Ta faltando amor no mundo, porque estamos gastando mais do que absorvendo energia. Ta na hora de trocar energia, não de economizar. Acenda a luz, pois se cada um acender a sua, iremos juntos nos iluminar.